Depois do mestrado, este foi o ano mais intenso que alguma vez vivi. Para além dos meus 28 alunos na escola, tive cerca de mais 28 x 22 alunos (do 1º, 3º e 5ºs anos) que acompanhei de perto, me conheciam o nome (de muitos também eu sabia o nome), o sorriso e os imensos desafios com que os provocava nas aulas. Criámos laços grandes e fui sempre recebida (por eles e pelos professores) com um carinho que atenuava qualquer cansaço e renovava a energia em cada novo dia de "acompanhamentos" (que eram aulas dadas em par pedagógico com as suas professoras e professores... às vezes durante um dia inteiro: dois turnos de primeiro ciclo de manhã e outros dois à tarde, das 9 às 17:30). Em fase final de avaliação dos portefólios dos formandos, dou com esta foto dentro de um deles e as memórias regressam todas. Não, não era uma aula de educação física... Para as crianças mais pequenas, se rodarmos uma figura, ela passa a ser uma figura diferente com uma outra designação. Uma das formas de ajudar a desenvolver o sentido espacial e levar os alunos a progredir corrigindo as suas intuições primeiras é usar o corpo neste processo. Tenho sempre voluntários para servirem a causa. O João à noite quando se deita, deixa de ser o João? O João de pernas para cima... já não é nem se chama João?
E como estas, muitas outras aventuras do crescer foram vividas com intensidade. Entre adultos, com as crianças. O saldo é muito positivo, depois da avaliação feita. Nos grupos apenas uma desistência por motivos de saúde... Os restantes concluiram com sucesso a formação e mesmo aqueles que estavam em dificuldade para redigir o trabalho, acabaram por ganhar coragem com o estímulo e a ampliação do prazo (uma das razões pelas quais este ano só conseguirei fechar a "loja" no final de Julho). Mas eles mereciam esse meu esforço de atender às suas dificuldades porque trabalharam muito e nem sempre nas melhores condições. Estão todos de parabéns os meus 28 "meninos" crescidos. Mais laços, mas abraços. Acho que já não sei passar pela vida sem misturar tudo. A dimensão humana das coisas faz mais pelos professores do que a legislação imposta, os chicotes sem nexo, os abusos com que passámos a conviver regularmente.
Também eu fiz o pino o ano inteiro tentando que nada falhasse...
Ainda me falta um pedaço de coisas para colocar em ordem. Na escola ajudar o grupo a pensar o novo programa. Na ESE encerrar a nossa oficina de formação com um trabalho que... me vai custar a fazer (ano longo e denso) mas terá de ser feito. E acabei de aceitar um convite para integrar um grupo do Instituto de Educação... produzir alguns exemplos de trabalho com as TIC, nas nossas áreas científicas, que permitam levar os alunos a atingir determinadas metas de aprendizagem nesta área transversal das tecnologias. Reunião em Lisboa sexta... Não devo ter muito juízo... mas isso não é novidade para ninguém.
Arranjar energia para encerrar o ano... embora agora o compromisso seja entregar os tais exemplos até.... 15 de Setembro... Já se vê... 1,2 e 3 Aveiro, ProfMat A agenda nunca fica vazia.
Não é como a agenda do Silvestre que mora no meu jardim e o considera já o seu lar, seu retiro seguro, o seu porto de abrigo (e onde tem uma casinha feita de propósito para ele... pois mais um em casa é complicado... os machos fazem resistência e acabariam todos feridos e zangados).
Ai Silvestre... Confesso que às vezes sinto uma certa inveja...
Somos um macho (todo preto) e uma fêmea (preta com malhas).Precisamos com urgência de um lar. Nascemos a 15 de Abril de 2010. Somos asseados e meiguinhos. Estamos na zona de Setúbal. Para contacto: 92 670 1957 (rede TMN) Por favor divulguem!
Falta apenas dizer... que a Teresinha recolheu a Mãe, grávida, na nossa escola, juntando-a aos muitos que tem recolhido. Agora é preciso encontrar donos para estes últimos da ninhada... Ajudem!
Era Outubro e teci assim algo Dos laços, dos fios, dos sorrisos... a propósito de pessoas muito especiais que havia conhecido há pouco tempo. E falava do pouco tempo que é preciso para nascerem flores em terrenos mágicos.
Quase um ano depois... podem imaginar que árvores, agora. Que sombras em dias de cansaço e calor. Que abraços. Que memórias. Que saudades virão depois. Vem isto a propósito do dia de hoje, e não apenas, em que o nosso Seminário Final se concretizou de modo a permanecer na memória dos cerca de duzentos professores que juntou em torno das coisas da Matemática, dos Amigos que vieram ajudar a torná-lo ainda maior e mais bonito. (O Scratch Day já havia sido o prenúncio de tudo o que estas mãos juntas tornam possível...)
Cansaço a roçar o esgotamento depois de muitos dias de preparação, com o culminar do esforço de ontem e de hoje. Mas aquela sensação boa de família, de lar, de coisa conjunta, de equipa bem mais que conjunto de pessoas, de confiança no que é a tarefa do outro, do todo ser muito mais que as partes cosidas em manta de retalhos (como a teia é muito mais que fios colados uns aos outros). Só assim se explica que sendo cada um insubstituível, em situação de crise e na impossibilidade da presença de alguém, a teia se estruture para dar colo ao que precisa dele sem que nada falhe pelo caminho.
Descansar agora? Não. Ainda actualizar o site com as apresentações do Seminário e fotos do dia, continuar a avaliação de portefólios, tratar os questionários dos formandos, fazer os relatórios da nossa própria formação (estamos a frequentá-la agora), continuar as tarefas nas nossas escolas... ... As férias estão longe.
Foi assim hoje. O sabor bom de um dia especial. Sobretudo o sabor bom de partilhar a construção dele com gente especial. Um privilégio ter integrado/integrar este grupo. São estas coisas raras e preciosas a que temos de prestar atenção quando o resto nos falha, nos desencanta, nos ignora, nos maltrata. E eu gosto bem mais de prestar atenção ao que suaviza a vida. Eles, os meus companheiros deste ano duro - coordenadora, formadores, a nossa incansável e doce Elisa mais-que-Mãe, as flores brancas enormes da magnólia que rebentou com o calor, os meus hibiscos azuis, as amoras maduras e doces, o velhinho e meigo gato Silvestre que veio de não sei onde e acampou no jardim e nos nossos coração há meses... As coisas-escudo que nos ajudam a combater os dragões e os monstros.
Ainda não sei o futuro. Mas sei que nada poderá voltar a ser o mesmo depois de vos ter conhecido. E sei também que, independentemente do caminho que viermos a traçar, estaremos irremediavelmente condenados uns aos outros de uma forma ou de outra.
Próxima viagem? Todos juntos para Aveiro em Setembro, em direcção ao ProfMat (onde é já certo, foi aceite a minha sessão prática sobre Scratch). Nada de tristezas! (Sim... somos dados ao mel das comoções súbitas, por sabermos quão raras são estas prendas nos nossos caminhos...)
Uma palavra também especial aos meus formandos... que participaram em força hoje (enriquecendo a festa com a sua presença e com a partilha dos seus trabalhos) e que têm feito todos os possíveis, depois de mais um ano duro nas escolas (a que se juntaram muitas horas de formação intensa por eles escolhida - há modelos de formação menos exigentes) para entregar o portefólio final. Dos muitos laços que também se teceram, dos projectos que já nos iluminam para um futuro próximo, sementes que encontraram solo rico e darão fruto, sei.
A todos um abraço grande. E a maior flor do mundo. (Vocês sabem.)
Tem sido uma corrida contra o tempo... ... mas finalmente temos o Programa do Seminário Finaldo PFCM prontinho! Este ano o tema do Seminário é: Programa de Matemática do Ensino Básico: Reajustar ideias, Repensar as Práticas Vai ser dia 8 de Julho... ... e a maratona da preparação continua (em simultâneo com a da avaliação dos portefólios dos formandos)!
Espantado meu olhar com teus cabelos Espantado meu olhar com teus cavalos E grandes praias fluidas avenidas Tardes que oscilam demoradas E um confuso rumor de obscuras vidas E o tempo sentado no limiar dos campos Com seu fuso sua faca e seus novelos Em vão busquei eterna luz precisa