quinta-feira, julho 08, 2010

Das coisas raras e preciosas...

Era Outubro e teci assim algo
Dos laços, dos fios, dos sorrisos...
a propósito de pessoas muito especiais que havia conhecido há pouco tempo.
E falava do pouco tempo que é preciso para nascerem flores em terrenos mágicos.

Quase um ano depois... podem imaginar que árvores, agora. Que sombras em dias de cansaço e calor. Que abraços. Que memórias. Que saudades virão depois.
Vem isto a propósito do dia de hoje, e não apenas, em que o nosso Seminário Final se concretizou de modo a permanecer na memória dos cerca de duzentos professores que juntou em torno das coisas da Matemática, dos Amigos que vieram ajudar a torná-lo ainda maior e mais bonito.
(O Scratch Day já havia sido o prenúncio de tudo o que estas mãos juntas tornam possível...)

Cansaço a roçar o esgotamento depois de muitos dias de preparação, com o culminar do esforço de ontem e de hoje. Mas aquela sensação boa de família, de lar, de coisa conjunta, de equipa bem mais que conjunto de pessoas, de confiança no que é a tarefa do outro, do todo ser muito mais que as partes cosidas em manta de retalhos (como a teia é muito mais que fios colados uns aos outros). Só assim se explica que sendo cada um insubstituível, em situação de crise e na impossibilidade da presença de alguém, a teia se estruture para dar colo ao que precisa dele sem que nada falhe pelo caminho.

Descansar agora? Não. Ainda actualizar o site com as apresentações do Seminário e fotos do dia, continuar a avaliação de portefólios, tratar os questionários dos formandos, fazer os relatórios da nossa própria formação (estamos a frequentá-la agora), continuar as tarefas nas nossas escolas...
... As férias estão longe.

Foi assim hoje. O sabor bom de um dia especial. Sobretudo o sabor bom de partilhar a construção dele com gente especial. Um privilégio ter integrado/integrar este grupo.
São estas coisas raras e preciosas a que temos de prestar atenção quando o resto nos falha, nos desencanta, nos ignora, nos maltrata. E eu gosto bem mais de prestar atenção ao que suaviza a vida. Eles, os meus companheiros deste ano duro - coordenadora, formadores, a nossa incansável e doce Elisa mais-que-Mãe, as flores brancas enormes da magnólia que rebentou com o calor, os meus hibiscos azuis, as amoras maduras e doces, o velhinho e meigo gato Silvestre que veio de não sei onde e acampou no jardim e nos nossos coração há meses...
As coisas-escudo que nos ajudam a combater os dragões e os monstros.

Ainda não sei o futuro. Mas sei que nada poderá voltar a ser o mesmo depois de vos ter conhecido. E sei também que, independentemente do caminho que viermos a traçar, estaremos irremediavelmente condenados uns aos outros de uma forma ou de outra.

Próxima viagem? Todos juntos para Aveiro em Setembro, em direcção ao ProfMat (onde é já certo, foi aceite a minha sessão prática sobre Scratch). Nada de tristezas! (Sim... somos dados ao mel das comoções súbitas, por sabermos quão raras são estas prendas nos nossos caminhos...)

Uma palavra também especial aos meus formandos... que participaram em força hoje (enriquecendo a festa com a sua presença e com a partilha dos seus trabalhos) e que têm feito todos os possíveis, depois de mais um ano duro nas escolas (a que se juntaram muitas horas de formação intensa por eles escolhida - há modelos de formação menos exigentes) para entregar o portefólio final. Dos muitos laços que também se teceram, dos projectos que já nos iluminam para um futuro próximo, sementes que encontraram solo rico e darão fruto, sei.

A todos um abraço grande. E a maior flor do mundo.
(Vocês sabem.)


[magno3.jpg]

1 comentário:

Anónimo disse...

Um texto...precioso

:)))