sexta-feira, janeiro 25, 2008

Escolas para o século XXI (Onde? Onde? ONDE?)

Consulta pública "Escolas para o século XXI"
O prazo terminou... em Dezembro de 2007. Levante o dedo quem participou na discussão...
Como esta questão me interessa particularmente (a criação da ferramenta Scratch tem exactamente como base a intenção de contribuir para desenvolver as competências para o séc. XXI)... lá fui eu...

no site da DGRHE:
A Comissão Europeia lançou uma consulta pública que visa o desenvolvimento de um conjunto de princípios europeus no sentido de fazer face aos desafios em áreas fulcrais que se colocam às escolas europeias como sejam, as novas competências-chave, a inclusão social e o papel dos professores.
Dirigida a todos os cidadãos e Instituições dos Estados-membros interessados em contribuir para esta consulta, a Comissão Europeia elaborou o documento de trabalho “ESCOLAS PARA O SÉCULO XXI”, que integra um conjunto de questões complementadas por breves reflexões
(...)
e remetem para AQUI
Comissão Europeia
(...)
Se desejar contribuir para esta consulta: leia o documento de consulta da Comissão; crie um documento MS Word (ou compatível); escreva numa das línguas oficiais da União Europeia; indique claramente, no início da sua contribuição, o seu nome e, eventualmente, o nome da organização que representa, bem como o motivo por que está interessado no sistema escolar (por exemplo, porque é encarregado de educação, aluno, professor…); decida a que perguntas do documento deseja responder; exponha as suas opiniões, no máximo, em quatro páginas A4 (12 pt); envie por correio electrónico, o mais tardar, até ...............(já passou)

Documento de consulta
Leiam que vale a pena. Deixo um excerto:
(...)
2.7 Os professores – agentes cruciais da mudança (como foi que disse? então não é o ME?)
O contributo do pessoal da escola, especialmente dos professores, é crucial para o êxito de qualquer escola. (como ???) Os professores são os mediadores entre o mundo em constante evolução e os alunos que estão prestes a integrá-lo. (alunos? então o objectivo não é mediar... papéis?)
Cada vez se exige mais dos professores: trabalham com grupos de alunos mais heterogéneos do que antes (em termos de língua materna, género, etnia, confissão religiosa, competências, etc.); exige-se que utilizem as oportunidades proporcionadas pelas novas tecnologias, que respondam às exigências de aprendizagem individualizada e que ajudem os alunos a tornarem-se aprendentes autónomos ao longo da vida. (o aumento da exigência tem sido inversamente proporcional ao tempo atribuído para estas funções todas... matemática simplex) É igualmente provável que também tenham de tomar decisões ou executar tarefas de gestão decorrentes de um aumento da autonomia das escolas. (autonomia?? onde? onde? ONDE???) Além disso, existem ambientes de desafio em muitas escolas. Há registos de comportamentos agressivos para com os professores em muitos Estados-Membros. Um estudo recente enumerou 37 factores ambientais e organizacionais diferentes conducentes a uma situação em que os professores sofrem de stress e de doenças relacionadas com stress. (essa agora! é preguiça pura! malandros!) Levantam-se, portanto, questões acerca das condições de trabalho e do apoio a dar aos profissionais do ensino. (hummm... condições??? para quê?) Muitos Estados-Membros têm dificuldades em manter na profissão os professores experientes. Em geral, nos países com dados disponíveis, a maioria dos professores reforma-se assim que lhe é dada essa oportunidade (abandono??? abandono??? ABANDONO???) , o que representa um desafio para os Estados-Membros – substituir a experiência perdida – e também uma oportunidade – investir na formação inicial de uma nova vaga de professores (isso resolve-se com umas provazitas de acesso à carreira!) e melhorar as competências dos professores em actividade. A Comissão e os Estados-Membros estão actualmente a trabalhar em conjunto através do programa de trabalho «Educação e Formação 2010», para encontrar maneiras de melhorar a qualidade da formação dos professores. (a que horas?)
Pergunta 7: Como podem os profissionais do ensino ser formados e apoiados de modo a vencerem os desafios que enfrentam? (esta era a questão para discussão sobre este capítulo do documento)

Uma vez que esta notícia consta no site da DGRHE... suponho que, ou não leram o documento, ou leram e... não perceberam. Para umas coisas dá jeito a Europa... para outras... Aguardo as decisões finais resultantes dos contributos dados na discussão deste interessante documento e as orientações decorrentes para os estados-membros...

Deverei esperar sentada?

4 comentários:

Herr Macintosh disse...

Mais um documento da UE feito por uma comissão de burocratas com uns toques filosófico-pedagógico (a citação inicial é um bom exemplo - admito que a intenção tenha sido boa mas a coisa soa-me mal). Há coisas aqui que podemos encontrar noutros documentos da UE que já teve de alterar as datas que tinha definido na estratégia de Lisboa em 2000.
A UE parece ser incapaz de resolver um problema que identificou correctamente: "Quase um terço da força laboral europeia tem baixas competências, mas, de acordo com algumas estimativas, até 2010, 50% dos novos postos de trabalho exigirão trabalhadores com competências de elevado nível e apenas 15% estarão reservados a pessoas com um nível básico de escolaridade." Tudo isto apesar dos milhares de milhões investidos (distribuídos seria mais correcto) por Bruxelas e as recomendações sobre as competências essenciais. A actual situação faz-me lembrar os célebres planos quinquenais da União Soviética em que se definiam metas que depois a excelência da burocracia e das comissões (obviamente cheias de comissários políticos) tratavam de tornar impraticáveis.
Porém, se a situação na UE em geral está complicada, o nosso trio maravilha do ME tomou a peito tornar a posição portuguesa ainda pior.

Teresa Martinho Marques disse...

Pois... (lá estou eu com os "pois")

Herr Macintosh disse...

Pois é... e já viste o pdêfezinho (mais parecido com "eh pá! façam lá qualquer coisinha que é para o ME não sair muito mal disto tudo") da recomendação do CQAESOP (Conselho Que Afinal É Só O Presidente)? Gostei muito da divulgação do memorando da Presidenta e da resposta do ME (quando começam a ter de justificar estas coisas...).
Como dizia uma personagem no programa do Jô Soares: "Num pricisa ixplicar! Eu só quiria entendê!". Pois...

Teresa Martinho Marques disse...

Acabei de ler... não dá para acreditar... como é possível isto acontecer? Uma vergonha.