quinta-feira, janeiro 10, 2008

O pêdêéfe 0022500233...

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Recebi hoje oito mensagens da minha escola, sem assunto, todas iguais, apenas com um pêdêéfe anexado. Sempre o mesmo pêdêéfe. O pêdêéfe 0022500233.
Ou é a urgência da coisa ou, afinal, a lei é um cancro, melhor, um vírus que se está a replicar mesmo antes de entrar propriamente em vigor no sistema.
Experimentei vários anti-vírus. Nenhum resultou. Tentei insecticida. Nada. Seria cómico, se não fosse trágico.
Pois. Foi publicado o Decreto Regulamentar n. 2/2008 de 10 de Janeiro.
Sem muitos comentários. Há bem bons por aí espalhados nos blogues de referência.

Agora preciso de ir pensar...
Isto é uma coisa tão pouco séria que vai ser um caso sério dar-lhe a volta sem ser ferido pelo caminho. Já consegui, no quadro legal, não ser quem não quero ser. Provou-se que o sistema não funcionou. Que nem sempre os mais qualificados se encontrarão no papel de avaliadores. Os exemplos são tantos que o sistema estará condenado à partida. Agora chega a segunda perversidade, que dá continuidade à primeira.

Mas hei-de conseguir. À minha maneira.
Encontrarei as margens de liberdade e risco calculado, ao milionésimo de milímetro que, respeitando a lei, a confrontem, a perturbem, a questionem. Não pretendo ser esmagada nem gastar mais um minuto do meu tempo que não seja o absolutamente indispensável e necessário neste disparate (não tenho equivalente poético, desculpem).
Faz-de-conta e acefalia é que não.

(Ocorreu-me: quem inventa estas coisas fê-lo por ter estabelecido objectivos individuais onde elas constavam? Quem vai avaliar os resultados obtidos nesses individuais devaneios? Quem vai avaliar os inventores e seus retalhos de nonsense? Que pontuações e penalizações estão previstas? Apontadas em que grelhas? Não progridem na carreira? No vencimento? Não têm excelente? Mudam de... cargo? ... De banco?)

Viver com a sensação de estar enredada em fios, sem movimento, não está no meu feitio. Gosto de ser predadora da vida. Tecer os fios úteis e necessários para prender os sonhos. Alimentar-me deles. Servir desígnios em que conseguimos acreditar. Autonomia, iniciativa, seriedade são para mim coisas caras, sem preço. Falta-me o ar sem elas. Falta-me o ar quando a falta de inteligência fecha as janelas e nos sentamos calmamente a asfixiar. Como é possível ter acontecido isto?
Não gosto de (me sentir) ser (uma) presa...
Não gosto.

2 comentários:

Anónimo disse...

professora ja fiz o t.p.c de estudo acompanhado, quando quiser ja pode publicar.


da sua aluna Rita Bastos.

Teresa Martinho Marques disse...

Está bem Ritinha!
Beijinhos