... Ontem, enquanto preparava aulas, organizava avaliações dos alunos para
os conselhos de turma que começam esta semana, preparava documentos do
departamento e, ao mesmo tempo, intercalava com correções de provas
finais, trincava um almoço rápido e
recusava aturar o tempo infinito de antena dado a percursos em autocarro
e almoços com o presidente, dei comigo a pensar exatamente nisto.
Faltou-me a energia para escrever.
Felizmente há quem de forma breve
registe o absurdo: a comunicação social dedica o seu tempo ao acessório e
esquece o essencial. Nada de novo. O jornalismo no seu melhor.
Incomodou-me que o presidente tenha dito que os portugueses depositavam os seus sonhos de alegrias na seleção. Quem é ele e o que sabe dos meus sonhos e dos de tantos portugueses como eu? Por certo, me desculpem os aficionados, que as minhas alegrias não estão relacionadas com futebol, tão pouco os meus sonhos. As minhas alegrias são (entre muitas outras) o sucesso dos alunos, a alegria partilhada das suas famílias. Os sonhos? Entre muitos outros, a procura de melhores soluções para todos os que ainda não consegui ajudar. Eu sei, eu sei... é tão poucochinho e vale tão nada. Nem um almoçozito na presidência da república, nem tempo de antena. São as prioridades do costume. Não quero homenagens nem destaques especiais - respeito bastava. Pelos alunos, pelas famílias, pela escola, pelos professores anónimos cada vez mais mal pagos, cada vez mais ignorados e maltratados. Neste momento a televisão continua feliz a mostrar repetidamente reportagens sobre a seleção. Acordei às 5:30 para adiantar a correção das provas antes de ir dar aulas. Coisa sem importância nenhuma.
Incomodou-me que o presidente tenha dito que os portugueses depositavam os seus sonhos de alegrias na seleção. Quem é ele e o que sabe dos meus sonhos e dos de tantos portugueses como eu? Por certo, me desculpem os aficionados, que as minhas alegrias não estão relacionadas com futebol, tão pouco os meus sonhos. As minhas alegrias são (entre muitas outras) o sucesso dos alunos, a alegria partilhada das suas famílias. Os sonhos? Entre muitos outros, a procura de melhores soluções para todos os que ainda não consegui ajudar. Eu sei, eu sei... é tão poucochinho e vale tão nada. Nem um almoçozito na presidência da república, nem tempo de antena. São as prioridades do costume. Não quero homenagens nem destaques especiais - respeito bastava. Pelos alunos, pelas famílias, pela escola, pelos professores anónimos cada vez mais mal pagos, cada vez mais ignorados e maltratados. Neste momento a televisão continua feliz a mostrar repetidamente reportagens sobre a seleção. Acordei às 5:30 para adiantar a correção das provas antes de ir dar aulas. Coisa sem importância nenhuma.
Devia era mudar as razões das minhas alegrias e
mudar o rumo dos meus desimportantes e insignificantes sonhos. Devia. Mas não mudo.
Às vezes neste país pequenino falta-me o ar... e começa a ser um às vezes demasiado frequente.
1 comentário:
Exactamente. :(
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