terça-feira, maio 20, 2014

Das borboletas na barriga (eu sou confiante...)


Duas turmas estão já por sua conta. A terceira ainda terá uma aula hoje antes das provas finais de amanhã e farei mais uma sessão do nosso espacinho de apoio facultativo onde todos poderão visitar-me para alguma dúvida de última hora. Neste terceiro período (demasiado) curto foi preciso, apesar de tudo, treinar algumas destrezas mas, sobretudo, atitudes e confiança na nossa inteligência. Se não tens cão, caça com gato, foi a frase que mais repeti enquanto os alunos partilhavam muitas formas de resolver certos problemas, sempre com a chamada de atenção para a eficácia e elegância da matemática (meta última), em que os procedimentos mais elaborados e sustentados num conhecimento sólido são os mais desejáveis e seguros.
O problema não é tanto esta escola centrada em processos de avaliação examinadora (algo que não me agrada), é mais a falta de sensibilidade de quem tutela e resolve montar o circo antes das aulas acabarem não permitindo, especialmente nesta disciplina, a necessária calma e tempo para trabalhar os conteúdos previstos para um ano completo e gerando confusão desnecessária no final de um ano letivo já de si confuso.Adiante... já todos percebemos que não é possível explicar a certas pessoas o que é a Escola nem como funciona/deve funcionar. Resta-nos a esperança de melhores dias pela nossa mão.

Na turma que, penso, terá menos dificuldades em enfrentar as provas (nas outras duas, especialmente numa delas, a coisa pode complicar-se muito), precisei de trabalhar o oposto: moderar o excesso de confiança que, aliado a desconcentrações súbitas, faz alguns alunos com desempenho excecional cairem em ratoeiras simples por falta de leitura cuidada do enunciado e de não avaliação da razoabilidade dos resultados. Numa das últimas aulas nessa turma, ao falarmos sobre o tema, uma aluna põe o dedo no ar e diz: oh professora, fez-me lembrar a história daquela menina que dizia à professora "eu sou confiante!!! ??? ... não sou...?".
Rimos todos, descomprimimos e mais uma aula (sempre viva com eles) acabou com sorrisos.

Não sei quem tem mais borboletas no estômago (nervoso miudinho?)... se eles, se eu.

Diabo... é como se tivesse quase 100 filhos a fazer exame! Há coisas que nunca mudam.

Vá lá, Maria Teresa, estás confiante!!... não estás...??

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ilustração encontrada AQUI

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