Gosto de conversar com os alunos e este costuma ser um tópico importante de conversa, porque há muito que acompanho o que se faz na área e que acredito nessa plasticidade onde o "hard work matters". Que é como quem diz: acredito nos alunos. Claro que não chega falar uma só vez e é preciso regressar à ideia. Hoje foi dia de "neuroplasticidade" nas aulas de matemática em duas turmas e supreendentemente (ou talvez não... que eu sou um bocadinho teatral e convincente) alguns alunos (dos que estão regularmente meio adormecidos e distantes) pareciam ter-se transfigurado e passaram a aula de dedo no ar respondendo a perguntas... surpreendidos por entenderem o que eu dizia e conseguirem responder. E também sei que uns dias são melhores e outros são piores e que como não preparei estas turmas desde o 5.º ano, não estou confiante de conseguir levá-las em tempo útil até onde desejo.
O problema? Sempre o mesmo. São alunos a mais na mesma sala e cada vez mais desmotivados, carentes de atenção e incapazes de autocontrolo ou autoregulação que encaram o professor como polícia, só trabalhando se solicitados e vigiados (uma maioria expressiva, mas com exceções admiráveis de alunos que, neste momento, trabalham com um programa próprio e definido por eles, sem dependerem de mim - um dia explico este exercício de diferenciação que já pratico há anos).
Um longo caminho a percorrer que seria bem mais simples se o desinvestimento na educação não estivesse a roubar à escola o maior bem de que devia dispor: tempo e atenção para cada pessoa-aluno, tempo para o professor poder otimizar o seu trabalho junto dos seus alunos, partilhar práticas e refletir/aprender sobre/com elas.
Uma mão-cheia de coisas essenciais em falta...
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