O tempo escorre sem remédio.
Caminho por tanta teia que esta, a teia mesmo minha, é sempre a última de todas as estradas. Algum silêncio aqui, sim, mas nenhum em todos os outros recantos.
Têm sido anos de crescimento, de encontro, de fazer desabrochar flores com, às vezes, minúsculas sementes.
O melhor de tudo? As pessoas especiais que vão cruzando os caminhos de semear e que, apesar destes ventos estranhos e tão contrários ao que a escola devia ser, me fazem acreditar que haverá professores capazes de gritar por soluções diferentes e dar provas no terreno de que esse será o caminho mais certo. Continuamos a laborar afincadamente na cosmética educativa (horas, exames e afins) e ninguém fala das salas de aula. Quer dizer, nós falamos. Porque é por lá que ando. A minha sala de aula passou a ser em muitas escolas e os meus meninos estão agora espalhados por todas elas.
Muitas das histórias estão contadas, aqui numa espécie de diário de viagens do projeto EduScratch.
(Acho que, para o ver, não é preciso estar registado no facebook. Digam-me se assim não for)
Este ano não nos ficámos por Portugal e fizemos mesmo formação a professores europeus de muitos países diferentes...
(Para além da animação de uma comunidade de prática online, igualmente integrada em projetos europeus, com a participação de professores que vinham de tão longe como Israel para aprender o que temos para partilhar...).
Portugal ficou bem na fotografia... e falámos sempre de metodologias, didática, inovação, ferramentas e salas de aula. Essa devia ser a preocupação central... mas não é. O resto devia ajustar-se à ideia, à intenção... não a ideia às limitações da estrutura, da casca, da organização economicista. Não vamos ganhar nada com a poupança. E sei bem que nos próximos anos perderemos bem mais no sucesso "educativo" do que já perdemos até hoje. Há vida para além dos números, mas os números têm mostrado que alguma coisa está profundamente errada.
E é preciso dizer-se que não temos propriamente equipas nos Centros de Competência TIC... Depois dos cortes no ano passado, cada centro tem apenas uma pessoa para todo o serviço e um coordenador (que se divide por mil tarefas nas universidades onde os centros estão alojados).
Como se pode imaginar, não é tarefa fácil dar resposta a tudo e a todos por todo o país e até fora dele.
Mas, mais uma vez, chego ao final do ano sem saber o futuro. É já hábito. Damos o melhor de nós no que abraçamos, ano a ano, sem fazer a menor ideia se os projetos que agarramos (e envolvem tantas escolas) são para avançar, ou se apenas morrem já ali... num beco sem saída.
Nada de novo...
Aguardemos.
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Há 5 anos