segunda-feira, maio 01, 2006

Persuasão (manipulação) em nome da liberdade

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Porque é que saber que se pode recusar uma coisa nos leva a aceitá-la?

Algumas das técnicas de persuasão assentam no pressuposto da liberdade do persuadido. A palavra "liberdade" designa algo que nos é caro, e alguns especialistas desconfiam que a sua invocação, oral ou escrita, é suficiente para incitar alguns indivíduos a realizarem dado comportamento. Por outras palavras, dizer a alguém que é livre para fazer alguma coisa, normalmente leva essa pessoa a fazê-lo.
Em 2002, os investigadores fizeram uma experiência em que se solicitava a pessoas na rua para doarem dinheiro, referindo que as pessoas eram livres de o dar. Os resultados revelaram que neste segundo grupo havia mais 30% de sujeitos a doar dinheiro e que davam cerca do dobro da quantia média dada pelo primeiro grupo.
Esta experiência foi comprovada posteriormente em condições comerciais e escritas, revelando assim a importância do sentimento de liberdade para desencandear comportamentos espontâneos individuais. Note-se contudo que o referir limites e restrições à acção dos indivíduos (como referir o montante que gostaríamos que fosse dado) normalmente tem como efeito anular a eficácia desta evocação da liberdade.

In Nicolas Guéguen
100 petites experiénces en psychologie du consommateur

(Publicado no Correio da Educação nº 238, 14 Novembro 2005
CRIAP ASA)




Será possível existir uma ilusão de liberdade?
Parece que sim...

Muitos anos depois, existem agora outras formas, bem mais subtis, de condicionar a liberdade individual e colectiva. Olhos atentos e bem abertos para evitar recuos! (Uma Escola que se preze deve ajudar nesta missão do fazer despertar e não contribuir para o entorpecimento da mente.)


História da origem da celebração do primeiro de Maio


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