segunda-feira, maio 05, 2008

Por eles... Para eles...

Seria muito sensato dar mais tempo ao corpo para recuperar. O cansaço maior do que a conta de final de dia é a prova. Uma coisa é estar em casa com a cama à disposição. Outra é estar das 8:15 às 17 em actividade intensa com meninos, apenas com paragem para almoço, quando tudo em nós ainda grita por uma horizontal mais prolongada. Ora agora por aqui, ainda a tratar os filmes do dia, parece-me que a horizontal será adiada por mais umas horas. Não posso dar-me ao luxo de atrasar a recolha e organização das notas de campo.... deste dia (segunda-feira) em que oscilo sempre entre a desilusão costumeira da falta de condições e o encanto de os ver crescer à minha frente. Em síntese? Não sou uma pessoa sensata...
(Entretanto... uma das minhas princesas precisou de mim, como se viu... e o tempo, bem empregue, claro, encurtou)

É que a segunda-feira é uma das poucas oportunidades em que posso aceder a equipamento informático com eles, ainda que de fraca qualidade (hoje, depois de uma manhã que até correu bem, porque a 'net se aguentou na sala com os PCs fixos, a tarde foi o desespero do costume... a desilusão dos alunos cada vez maior, porque a situação se tem agravado com os portáteis, a fuga de alguns alunos que precisavam mesmo de estar comigo um bocadinho de volta de questões onde a internet é indispensável). Não podem actualizar o blogue da turma, corrigir os erros dos seus blogues, não podem publicar projectos ou importá-los para melhoria, não podem tão somente procurar imagens para os seus projectos... não podem tirar dúvidas e aprender novas técnicas que envolvem o uso da 'net... Acabo por ter de, em casa, os ajudar. O tal projecto da Kitty foi iniciado no Scratch time e é visível o entusiasmo deles... se eu não tivesse podido ajudar ainda hoje a partir de casa (coisa que se teria resolvido lá com condições) a desmotivação instalar-se-ia. Às vezes irreversivelmente em alunos menos confiantes, mais frágeis, muito inseguros, que pouco têm produzido e que começam finalmente a interessar-se e a fazer progressos (como é o caso).

Portanto, para não falar do que podia ter feito e não fiz com os meus meninos... para tentar acalmar uma certa tristeza, deixo flutuar à tona da teia apenas alguns dos grandes momentos do dia. Com som, com imagem... Os primeiros: da aula de matemática da manhã, os segundos: de um Scratch time que embora me alegre por boas razões, me entristeça profundamente por outras más. (A qualidade dos vídeos originais é sempre boa... mas a conversão para mp4 para que fiquem com uma dimensão aceitável pelo youtube, arruina-a por completo.)

Eu sei, eu sei que já devem estar fartos, cansados desta doença bipolar das minhas segundas-feiras... mas não me quero esquecer. Cada uma das dificuldades, cada um dos obstáculos irá ser descrito na tese. O trabalho de investigação também deve possuir essa vertente desmistificadora da perfeição, essa vertente de exposição, até de denúncia... Defendo uma intervenção crítica na investigação, sempre que possível e oportuno. Sim, podia ter ido muito mais longe, podia. Deixarei escrito as razões pelas quais não consegui chegar onde sonhei chegar.

Adiante.
Por que razão lhes chamo grandes momentos?

Porque lentamente, gradualmente, estão a fazer a transição de projectos simples, curtos e aos quais a maioria não regressava para correcções ou melhorias - muito próprio da idade e de uma certa cultura de "fast doing" dos "digital natives" - para projectos progressivamente mais complexos, que lhes consomem vários dias até verem a luz. Menos projectos e maior qualidade. Na literatura encontro referência a esse fenómeno. Curioso conseguir observá-lo. Agora faltará ir também percebendo que gestos do professor ajudam a fazer esse caminho de transição... ler, ler, informar-me... e escutar-me a trabalhar com eles, quando os ajudo, quando lhes dou a mão, para procurar padrões, algumas regras simples... se forem detectáveis...
Partilho, então, algumas das estrelas que conseguiram iluminar o difícil dia.
(Não foi nada fácil a selecção)

Aula de Matemática (5º ano)











Scratch time

S. 5º ano


S. 6º ano

3 comentários:

Anónimo disse...

Teresa do Lindo Nome,só tenho uma frase para re disser o que me veio à mente depois de te ler e de os ver: "Porque onde estiver o teu tesouro, também aí estará o teu coração", São Mateus, 6:21.
Assim sendo, não admira o milagre das tuas curas rápidas... Mas como o teu tesouro é belo, Teresa! Beijinhos para o teu tesouro da Carmo

Anónimo disse...

Para a Teia da Teresa que é um jardim de muitas Rosas vivas. acho que te posso enviar mais uma rosa (esta é cantada)
http://www.malhanga.com/musicafrancesa/becaud/important.htm
Não sei se já faz parte da teia, mas tem tudo a ver, eu gosto muito desta musica.

Teresa Martinho Marques disse...

Obrigada sempre por todos os mimos... vocês fazem parte do tesouro: flores que a teia me traz... :)
Beijinho