quinta-feira, maio 29, 2008

Coração mais que cheio


Levantar às 5... às 6:30 a caminho.
Primeiro uma escolinha de 1º ciclo na zona de Ribamar (Lourinhã). Começar o dia bem cedinho com cerca de 30 meninas e meninos do 1º ao 4º ano.
Mais um momento de ouro para guardar no coração.
Livros, perguntas, canções e abraços e beijinhos.
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Depois, às 10:30 na escola grande de Ribamar (EB 2,3 mas onde também têm aulas alguns meninos do primeiro ciclo). Sessão organizada pela Biblioteca, muitos meninos de várias zonas da região.

Antes de começarmos, uma professora (de Inglês) entra e diz-me: eu tenho ali uma turma do 5º ano que a conhece e queriam vir cá dar um beijinho.
Conhecem-me?
Sim...
Mas...
(O coração adivinhava e eu nem queria acreditar...)
São os meninos da Ventosa? Os meninos da Zami? Da escrita a meias? Do sonho infeliz! (ver aqui, aqui, aqui, aqui, ...)
Sim! Esses mesmo!
Ohhhh! Seria pedir muito que os deixassem vir todos para assistirem a esta sessão? Tenho tantas saudades deles!

Deixaram...
Entraram daí a pouco e entre beijinhos e miminhos lá se acomodaram.
A sessão foi animada.
Os marotos falaram do rock da matemática... e lá tive de cantar com todos (lembravam-se das canções).

Quando acabámos... ainda fiquei com eles mais um tempo... abraços, mais beijinhos e novidades e eles tão tão crescidos agora no quinto ano... e Teresa isto e Teresa aquilo, e Teresa o teu mail para te contarmos as novidades, e Teresa este cartão é de todos e Teresa quando vimos anunciado que vinhas cá ficámos tão contentes por te ir ver outra vez... e Teresa e....
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É assim.
Tece-me a ternura destes meninos todos que vou encontrando pelo caminho.
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Às vezes apetecia-me tanto ser deles todos, ser do mundo. Viver sem fronteiras nem muros. Ser professora saltimbanca de escola em escola abraçando todos como se fossem todos meus.

Sementinhas.
Nestes meninos ficaram tantas sementinhas.
Não esqueceram... não os esqueci.
Estaremos ligados para sempre.

A vida oferece-me muitos tesouros.

...


Agora, cumprida esta primeira missão do dia... estou já de partida para outra que durará até mais tarde: um workshop para professores sobre o Scratch, na minha antiga escolinha em Setúbal.

As provas de aferição?
Estão ali ao lado... perigosamente perto, mas distantes do coração.

11 comentários:

Avó Pirueta disse...

Teresa, Teresa, tu és uma voluntária de outro tipo, mas mesmo assim uma grande Voluntária. Digo-te isto porque às vezes sinto pudor d dizer que faço voluntariado. Parece que é uma coisa do outro mundo, quando não é. Para mim é mais recompensa do que dávida. E parece-me que para ti é o mesmo. Tu dás-te à tua maneira. Cada um à sua. O que interessa é partilhar. Para ti, afinal, todos os dias são dias da Criança. Um beijo da Carmo

Teresa Martinho Marques disse...

Minha querida Carmo... não sei se mereço a designação... mas uma coisa é imensamente verdadeira: recebemos bem mais do que damos... Partilhamos, sim. E, sim, para mim todos os dias são dias da Criança. (Hoje um perguntou-me: gostas de crianças? Eu respondi.... o que é que te parece? Ainda tens dúvidas? Riram-se...) Beijinho doce

EMD disse...

Olha que duas!
Obreiras incansáveis, repartidoras de ternuras, transformando os escolhos em pontes, as mágoas em poesia...
Beijos para ambas e boas melhoras para a Carmo.
Note-se que evitei a palavra...;-)

Avó Pirueta disse...

Elsa, evitaste que palavra? Avó? Mas é uma palavra tão bonita! Eu adoro ser Avó de todo o mundo. E agora que os meus cabelos são cada vez mais grisalhos há também cada vez mais crianças aqui a chamar-me Avó, de forma natural. Portanto, minha querida, nunca evites dizer o que o teu coração sugerir. Ele raramente se engana. Um beijo da Avó Pirueta, que agora vai ter que piruetar menos...

Raul Martins disse...

A criança encostadinha às tuas costas! A mesma que te olha com tanta ternura! Estou zangado porque não me convidaste a ir contigo.
Queria também ficar ali sentado a olhar para ti... e a ouvir-te cantar...
E essas crianças estão bem pertinhas do teu coração... Provas de Aferição... XÔ, xô carrapatos!!! Não nos podem retirar de onde nos sentimos felizes.
Carpde diem!

Aprender...é crescer... disse...

Também eu queria ter estado contigo, mas o horário não deu...
À hora de almoço telefonou-me a Mariana e disse "temos uma surpresa para si professora" e eu
quase nem a deixei acabar
" Estiveram com a 3za?"
E foi tão bom sentir a alegria dela e dos outros que estavam à volta a relatar como tinha acontecido...
E chego aqui e também tu te referes a eles e "espalhas", mais uma vez, o trabalho colaborativo dos anos que passaram, mas que duma maneira ou outra, vão continuando presentes.
Bem hajas por toda esta tua entrega,apesar de todas as adversidades, pelo teu entusiasmo e dedicação.
Um abraço bem apertadinho.
Zami

Teresa Martinho Marques disse...

Ai mnham mnham tanta ternura aqui espalhada, agora que regressei da minha outra missão do dia. Vocês são uns doces. Um dia irás Raul, tu também Elsa... e Zami, ai que saudades. Foi tão especial reencontrá-los! Não sei escrever com palavras. E minha Avó querida... cuida-te bem que o mundo precisa de ti!

Teresa Pombo Pereira disse...

Já és do mundo, minha querida! Estás na web és nossa, eheheh :-) beijinhos

EMD disse...

Acho que o subentendido me saiu completamente obscuro.
Querida avó pirueta, como poderia eu evitar a palavra avó quando tive a felicidade de conhecer duas de sangue, muito diferentes mas ambas marcantes, mais uma bisavó, impagável, e umas tantas doces avós emprestadas, do coração, das quais já faz parte a Carmo?
Quantas vezes dou comigo a rir recordando o riso casquinado da minha avó Evangelina! Ela não viveu o tempo da infância mas ficou para sempre menina e enfrentava as durezas da vida com gargalhadas sonoras.
O que evitei foi a palavra voluntária, já que as duas voluntariosamente valorizam o que recebem e não o que dão.
Beijinhos, avó Carmo e para ti também, mãe 3za, cujo trabalho tem tanto de maternal.

Teresa Martinho Marques disse...

Sou vossa, sim... Imagem linda!
Beijinho

Anónimo disse...

3za
Foi muito emocionante esta manhã e também muito alegre, estávamos todos ansiosos que chegasses para te ver e te dar o cartão. Depois lá nos lembrámos do rock da matemática, o o carlos lembrou-se dos bolinhos da Avó ( hi! hi! hi!)
Tenho o sonho infeliz (que agora é um sonho feliz) muito bem guardado, ainda hoje li um bocadinho.
Muitos beijinhos e abraços da Daniela