quarta-feira, maio 21, 2008

Em estado de choque...

... acabo de receber um telefonema da escola seco e simples. Fui seleccionada como correctora/classificadora de provas de aferição (venha cá à secretaria, e depois reunião nem sei aonde - Setúbal? - e depois e tal e mais isto e mais aquilo...) numa altura de completa aflição em que nem sequer tenho tempo para dar conta das tarefas em mãos (muitas sempre adiadas), dos testes para ver, aulas para preparar, todas as disciplinas do meu grupo para dar, horário que me prende manhãs e tardes à escola, faculdade, leituras e tentativa de preparação das entrevistas, aplicação de questionários (em horas extra, como é óbvio), acompanhamento individualizado dos meninos e dos seus trabalhos, notas de campo, recolha e organização das observações...
Se os nossos tempos de escola fossem os que eram antes de todos os absurdos, este sufoco que está a tomar conta de mim hoje não existiria...
Pela primeira vez há muito tempo confesso-me completamente perdida.
Tenho esperança de consegui reencontrar-me
(Quem sabe, deixando de dormir...)

15 comentários:

Anónimo disse...

já somos duas.

Teresa Martinho Marques disse...

Será que és tu E.? Já soube que, logo por coincidência, foi ao nosso grupo que tem andado a trabalhar todas as tardes de terça na preparação do teste global de 5º ano, critérios de classificação e tal e coisa, que calhou a sorte grande... Deve ser uma qualquer espécie de atracção fatal... que acontece muito frequentemente aos professores de Matemática e Língua Portuguesa com este frenesim de exames, pré-exames e provas...

Anónimo disse...

Teresa do Lindo Nome e Anónima, sabem por que é que tanta gente finge que não sabe fazer? São capazes de me imaginar, a partir do que me conhecem, do que é a minha sensibilidade, quando, no início da minha carreira em Portugal me deram por conselho "que me fizesse mula e burra?" (Isto é uma grosseria mas era preciso dizer as coisas no tal e qual).
Durmam, descansem, façam o que puderem, bem feito como é vosso apanágio. Os prémios às vezes custam um alto preço. Começo a desconfiar de que a Senhora ministra anda a ler os nossos blogues... E a culpa é minha.
Coragem! Vai custar mas vão chegar a bom porto. Um beijo cheio de força para ambas da Carmo
PS. Senhora Anónima, aposto que tem um nome bonito! Porque não o partilha connosco?

Anónimo disse...

Sim sou a E.Vão também a R. e o A.
Pela minha parte será a 3ª vez. Em tempos disseram-me que tenho "perfil"... imagina, é só rir e comer bolachas (até porque está na moda).
Bom feriado para ti e já agora também para a Carmo, que pelas suas palavras, só pode ser uma excelente colega.

Teresa Martinho Marques disse...

Eu sabia que eras tu... Bolachas? Aconselho umas de aveia da Chabrior... doces mas com muita fibra... ajuda a digerir os disparates...
Pois é Carmo doce... mas confesso-me abalada, porque isto vai ter de significar umas quantas noites mal dormidas... e estou no limite da resistência física... enfim. Sobreviveremos inteiras, espero...

JMA disse...

Mas é esta forma de governo das escolas que é impossível e contra o qual nos temos de revoltar. Neste caso específico a escola tinha a obrigação ética de dizer que não. Porque é mais do que tempo de serem correias de transmissão de um sistema acéfalo e portanto cego. Alguém tem de começar a ver e a dizer Não.

JMA disse...

Digo: de deixarem de ser...

EMD disse...

Mas como “as escolas” a dizerem não?
Não estão elas na vertigem das classificações, dos rankings!

EMD disse...

Esqueci-me de...
Cá na escola, que está a virar casa, também temos muito "perfil"!
Razão tem a sábia e eficaz avó pirueta, quem não tem jeito para nada é quem sempre se safa
Um abraço solidário

Teresa Martinho Marques disse...

Pois... dizer não...
Seria bom...
Seria...

Este ano, vão ver como o com os pequeninos... até aposto que a maioria dos meus alunos de 5º faz mais de metade desta prova de aferição de 6º... correctamente...

E o perfil... o perfil...
Ai o perfil...

Abraços

Alda Serras disse...

Também tenho a minha dose de provas para ver...

Sobre a prova de matemática, na turma onde fui aplicadora reparei na "pressa" em a resolver e nos disparates que surgiam devido a isso. A prova era acessível mas exigia algum raciocínio e eles não se esforçavam muito para pensar.

Teresa Martinho Marques disse...

"Treinei" os meus para o pensamento e a lógica... veremos depois no que deu... :)

Herr Macintosh disse...

Teresa,

gostei dessa do treino! Então os teus entraram em estágio como a nossa selecção? Apesar de não se de matemática lá fui zurzindo nas orelhas dos meus em EA, chamando-lhes à atenção para alguns erros... mas o problema é na hora da verdade: a malta lê metade do enunciado da pergunta e já está a responder metendo alhos com bugalhos, metros com centímetros... É claro que os meus também fazem isto nos testes de História mesmo sabendo que depois ouvem das boas, mas o que é preciso é acabar (de preferência depressa).

Anónimo disse...

Um abraço solidário, Teresa. E se as escolas não dizem NÃO (e a maioria não tem essa coragem), temos de encontrar nós, individualmente, formas de resistência passiva. Bem prega Frei Tomás, mas é mesmo isso que temos de fazer.
Um bom domingo para ti... apesar de tudo :)

Teresa Martinho Marques disse...

Obrigada... É o que nos vai valendo: as vozes amigas! Beijinhos