Como prometido, aqui estou eu a partilhar o primeiro dos "ois"
Inicio "o documento" com a descrição do serviço distribuído e algumas características de certos alunos que integram as turmas e dos próprios grupos-turma. Aqui dispenso-vos dessa parte e avanço para a partilha do texto do primeiro Objectivo Individual (ainda poderá vir a ser melhorado, ou ligeiramente enriquecido, mas esta versão primeira pode dar-vos já uma ideia da tónica... do timbre... da sonoridade... da ideia...)
a) melhoria dos resultados escolares dos alunos
Despite the formidable difficulties, I remain optimistic, perhaps because there is to me a contradiction in being simultaneously pessimistic and an educator.
(A Place called School – John Goodlad, 2004 [1984], p. 361) *
Fica clara nas palavras de Goodlad a minha expectativa para mais este ano lectivo, a mesma expectativa que trago sempre para TODOS os meus alunos no arranque de qualquer ano lectivo: proporcionar-lhes as condições necessárias para experienciarem crescimento e sucesso pessoal (não se confunda com sucesso escolar – níveis superiores a dois) levando em conta as suas características individuais, as suas necessidades e as suas solicitações.
Todos conhecemos a história de Einstein... aluno com insucesso de acordo com os critérios estabelecidos pela norma, todavia...
Por que razão estabeleço esta meta optimista? Fica claro em qualquer documento sobre a avaliação diagnóstica que ela não tem por missão nem meta o estabelecimento de patamares quantitativos, nem tão pouco indicadores numéricos de base para a definição de metas de sucesso quantificáveis, que não sejam sempre de 100%.
Não faz qualquer sentido definir à partida que a expectativa de um professor para uma turma seja a de... vir a reprovar alguns alunos, baseando-se em dados que têm de ser ajuizados com perspectiva crítica e alguma reserva, pois nada dizem sobre o que vai ser o futuro daqueles alunos nas mãos daquele professor, com o trabalho que irá ser desenvolvido naquele ano, nos contextos de vida que a criança experienciará pessoalmente e na escola. O processo de avaliação diagnóstica ou de diagnóstico apenas faz sentido se for regular e estiver sempre integrado no processo de avaliação formativa que é necessariamente diário.
Reforço o que acabo de dizer com o texto da lei:
Despacho Normativo n.o 1/2005 – Avaliação dos alunos
Avaliação diagnóstica: 18 — A avaliação diagnóstica conduz à adopção de estratégias de diferenciação pedagógica e contribui para elaborar, adequar e reformular o projecto curricular de turma, facilitando a integração escolar do aluno, apoiando a orientação escolar e vocacional. Pode ocorrer em qualquer momento do ano lectivo quando articulada com a avaliação formativa.
A este argumento, acrescentam-se outros não menos importantes para fundamentar a minha opção de definir uma meta simples e comprometida de professor empenhado no sucesso de TODOS os alunos, admitindo que TODOS devem ter igualdade de oportunidades e que a avaliação diagnóstica mais não fez do que fornecer orientações que permitirão ao professor orientar o seu trabalho de forma a servir as reais necessidades dos alunos, propiciando-lhes “a realização de aprendizagens bem sucedidas”, sem excluir ninguém à partida, como se se tratassem apenas de números, percentagens e estatísticas. Os alunos são Pessoas. As Pessoas mais importantes de todo este processo.
Lei n.º 3/2008 – Estatuto do Aluno Artigo 13.º Direitos do aluno
a) Usufruir do ensino e de uma educação de qualidade ... em condições de efectiva igualdade de oportunidades no acesso, de forma a propiciar a realização de aprendizagens bem sucedidas;
O ECD, que enferma de graves problemas e incorrecções por não permitir aos professores as condições e direitos que lhes permitam cumprir os seus mais básicos deveres, deixa pelo menos claros alguns desses deveres essenciais para com os alunos. Não estaria a cumpri-los se abdicasse de uma expectativa positiva para TODOS os meus alunos que pudesse ferir a minha acção, apenas para salvaguardar o estabelecido no normativo referente ao processo de avaliação dos docentes – artigo 10.º (Em todos os parâmetros de avaliação em que haja lugar à fixação de objectivos individuais nos termos do artigo anterior, o grau de cumprimento desses objectivos constitui referência essencial da classificação atribuída) e evitar, com expectativas baixas sobre os alunos, uma classificação penalizadora pela diferença entre o desejado e o eventualmente conseguido (em termos de valores quantitativos, já que há sucessos não mensuráveis que fazem dentro da criança toda a diferença para o resto da sua vida.)
Decreto-Lei n.o 15/2007 – ECD Artigo 10º-A Deveres para com os alunos
a) Respeitar ... as diferenças culturais dos alunos valorizando os diferentes saberes e culturas, prevenindo processos de exclusão e discriminação;
b) Promover a formação e realização integral dos alunos, estimulando o desenvolvimento das suas capacidades, a sua autonomia e criatividade;
c) Promover o desenvolvimento do rendimento escolar dos alunos e a qualidade das aprendizagens, ...atendendo à diversidade dos seus conhecimentos e aptidões;
d) Organizar e gerir o processo ensino-aprendizagem, adoptando estratégias de diferenciação pedagógica susceptíveis de responder às necessidades individuais dos alunos;
Em síntese, espero conseguir motivar todos os alunos para darem o seu melhor, crescerem harmoniosamente e, de acordo com a aplicação dos critérios de avaliação estabelecidos na escola, atingirem TODOS o desejado sucesso escolar (quantificável).
Como o farei?
- Tornando prioritárias as tarefas que envolvem directamente o trabalho relacionado com os alunos na gestão do cumprimento do número excessivo de tarefas exigidas para o exíguo tempo de componente não lectiva disponível (actualmente ainda mais reduzido pela quantidade imensa de tarefas de natureza burocrática e o excesso de reuniões);
- Desenvolvendo estratégias e materiais enriquecedores das experiências do aluno, adequados às características de cada um e do grupo, que cativem a atenção e promovam o envolvimento no trabalho, a vontade de melhorar o desempenho e ultrapassar dificuldades e promovam a sua integração na turma (caso dos alunos que não dominam a língua portuguesa ou que chegaram de novo aos grupos), encaminhando-os a todos para uma maior realização individual com reflexo nos resultados escolares;
- Acompanhando criticamente o seu percurso, valorizando e reforçando sem exagero as conquistas pessoais (é importante que o aluno desenvolva uma motivação intrínseca não dependente dos elogios exteriores) e utilizando o erro e as dificuldades como intrumentos para ajudar o aluno a construir caminhos autónomos de recuperação, apoiados à medida pela acção do professor.
- Avaliando formativamente de forma regular e nunca desligada de todo o processo de construção do conhecimento, oferecendo constante retorno de informação ao aluno, que lhe permita auto-regular a sua acção e desenvolver a sua autonomia no processo de auto-avaliação.
uff!
a) melhoria dos resultados escolares dos alunos
Despite the formidable difficulties, I remain optimistic, perhaps because there is to me a contradiction in being simultaneously pessimistic and an educator.
(A Place called School – John Goodlad, 2004 [1984], p. 361) *
Fica clara nas palavras de Goodlad a minha expectativa para mais este ano lectivo, a mesma expectativa que trago sempre para TODOS os meus alunos no arranque de qualquer ano lectivo: proporcionar-lhes as condições necessárias para experienciarem crescimento e sucesso pessoal (não se confunda com sucesso escolar – níveis superiores a dois) levando em conta as suas características individuais, as suas necessidades e as suas solicitações.
Todos conhecemos a história de Einstein... aluno com insucesso de acordo com os critérios estabelecidos pela norma, todavia...
Por que razão estabeleço esta meta optimista? Fica claro em qualquer documento sobre a avaliação diagnóstica que ela não tem por missão nem meta o estabelecimento de patamares quantitativos, nem tão pouco indicadores numéricos de base para a definição de metas de sucesso quantificáveis, que não sejam sempre de 100%.
Não faz qualquer sentido definir à partida que a expectativa de um professor para uma turma seja a de... vir a reprovar alguns alunos, baseando-se em dados que têm de ser ajuizados com perspectiva crítica e alguma reserva, pois nada dizem sobre o que vai ser o futuro daqueles alunos nas mãos daquele professor, com o trabalho que irá ser desenvolvido naquele ano, nos contextos de vida que a criança experienciará pessoalmente e na escola. O processo de avaliação diagnóstica ou de diagnóstico apenas faz sentido se for regular e estiver sempre integrado no processo de avaliação formativa que é necessariamente diário.
Reforço o que acabo de dizer com o texto da lei:
Despacho Normativo n.o 1/2005 – Avaliação dos alunos
Avaliação diagnóstica: 18 — A avaliação diagnóstica conduz à adopção de estratégias de diferenciação pedagógica e contribui para elaborar, adequar e reformular o projecto curricular de turma, facilitando a integração escolar do aluno, apoiando a orientação escolar e vocacional. Pode ocorrer em qualquer momento do ano lectivo quando articulada com a avaliação formativa.
A este argumento, acrescentam-se outros não menos importantes para fundamentar a minha opção de definir uma meta simples e comprometida de professor empenhado no sucesso de TODOS os alunos, admitindo que TODOS devem ter igualdade de oportunidades e que a avaliação diagnóstica mais não fez do que fornecer orientações que permitirão ao professor orientar o seu trabalho de forma a servir as reais necessidades dos alunos, propiciando-lhes “a realização de aprendizagens bem sucedidas”, sem excluir ninguém à partida, como se se tratassem apenas de números, percentagens e estatísticas. Os alunos são Pessoas. As Pessoas mais importantes de todo este processo.
Lei n.º 3/2008 – Estatuto do Aluno Artigo 13.º Direitos do aluno
a) Usufruir do ensino e de uma educação de qualidade ... em condições de efectiva igualdade de oportunidades no acesso, de forma a propiciar a realização de aprendizagens bem sucedidas;
O ECD, que enferma de graves problemas e incorrecções por não permitir aos professores as condições e direitos que lhes permitam cumprir os seus mais básicos deveres, deixa pelo menos claros alguns desses deveres essenciais para com os alunos. Não estaria a cumpri-los se abdicasse de uma expectativa positiva para TODOS os meus alunos que pudesse ferir a minha acção, apenas para salvaguardar o estabelecido no normativo referente ao processo de avaliação dos docentes – artigo 10.º (Em todos os parâmetros de avaliação em que haja lugar à fixação de objectivos individuais nos termos do artigo anterior, o grau de cumprimento desses objectivos constitui referência essencial da classificação atribuída) e evitar, com expectativas baixas sobre os alunos, uma classificação penalizadora pela diferença entre o desejado e o eventualmente conseguido (em termos de valores quantitativos, já que há sucessos não mensuráveis que fazem dentro da criança toda a diferença para o resto da sua vida.)
Decreto-Lei n.o 15/2007 – ECD Artigo 10º-A Deveres para com os alunos
a) Respeitar ... as diferenças culturais dos alunos valorizando os diferentes saberes e culturas, prevenindo processos de exclusão e discriminação;
b) Promover a formação e realização integral dos alunos, estimulando o desenvolvimento das suas capacidades, a sua autonomia e criatividade;
c) Promover o desenvolvimento do rendimento escolar dos alunos e a qualidade das aprendizagens, ...atendendo à diversidade dos seus conhecimentos e aptidões;
d) Organizar e gerir o processo ensino-aprendizagem, adoptando estratégias de diferenciação pedagógica susceptíveis de responder às necessidades individuais dos alunos;
Em síntese, espero conseguir motivar todos os alunos para darem o seu melhor, crescerem harmoniosamente e, de acordo com a aplicação dos critérios de avaliação estabelecidos na escola, atingirem TODOS o desejado sucesso escolar (quantificável).
Como o farei?
- Tornando prioritárias as tarefas que envolvem directamente o trabalho relacionado com os alunos na gestão do cumprimento do número excessivo de tarefas exigidas para o exíguo tempo de componente não lectiva disponível (actualmente ainda mais reduzido pela quantidade imensa de tarefas de natureza burocrática e o excesso de reuniões);
- Desenvolvendo estratégias e materiais enriquecedores das experiências do aluno, adequados às características de cada um e do grupo, que cativem a atenção e promovam o envolvimento no trabalho, a vontade de melhorar o desempenho e ultrapassar dificuldades e promovam a sua integração na turma (caso dos alunos que não dominam a língua portuguesa ou que chegaram de novo aos grupos), encaminhando-os a todos para uma maior realização individual com reflexo nos resultados escolares;
- Acompanhando criticamente o seu percurso, valorizando e reforçando sem exagero as conquistas pessoais (é importante que o aluno desenvolva uma motivação intrínseca não dependente dos elogios exteriores) e utilizando o erro e as dificuldades como intrumentos para ajudar o aluno a construir caminhos autónomos de recuperação, apoiados à medida pela acção do professor.
- Avaliando formativamente de forma regular e nunca desligada de todo o processo de construção do conhecimento, oferecendo constante retorno de informação ao aluno, que lhe permita auto-regular a sua acção e desenvolver a sua autonomia no processo de auto-avaliação.
uff!
Um já está... (hoje estou o dia inteiro na escola, mas entro ligeiramente mais tarde... aproveito sempre, como posso, os finais de madrugada e inícios de manhã...)
Hoje:
Alunos - 1 (Geração Best) + 1(aulas o dia todo)= 2
Grelhas - 1
Descanso e repouso necessários - 0
Testes - 0
(Simplex? Só para despachar? Não contem com isso... Não se combate um monstro dormindo ou deixando-nos engolir por ele... Temos de ser nós a estar acordados e a ABRIR bem a boca... assinando por baixo.)
------------------------------------
*
Já chegou, e recomendo (a vocês que aqui chegam com mapa, ou perdidos navegando sem destino, e a outras pessoas que pensam tudo saber sobre este Lugar chamado Escola... :)
(edição comemorativa dos 20 anos
passados sobre a primeira edição)
11 comentários:
Frases sobre educação que tirei um jornal -folha do café de mafra.
"Se teus projectos forem para um ano, semeia o grão. Se forem para dez anos, planta uma árvore. Se forem para cem anos, Educa o povo"
(proverbio chinês)
"O objevctivo da educação é a virtude e o desejo de converter-se num bom cidadão"
(Platão)
"Diz-me , e eu esquecerei. Ensina-me e eu lembrar-me-ei. Envolve-me, e eu aprenderei!"
(Autor desconhecido) ?Não foste tu 3za que inventas-te esta frase?
"Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros - É a Única!"
(Albert Schweitzer)
"Para falar ao vento bastam palavras, para falar ao coração são necessárias obras."
(Padre António Vieira)
:)
Pois eu numa formação disse que um dos meus objectivos para este ano lectivo é contribuir para que todos os alunos passem, logo estabeleço à partida, como meta, os 100% de positivas...
questões que eu própria me coloco:
1. se fizer isso, provavelmente não chegarei a ser uma boa professora porque o sucesso escolar depende grande parte do QUERER e da FORÇA de VONTADE dos alunos...
2. se coloco um valor inferior, não estou a ser verdadeira comigo e isto tudo é uma farsa...
Independentemente das minhas dúvidas existenciais, chamaram-me UTÓPICA...
3sa, para começar os oi está ao melhor nível como seria de esperar de ti. Vou acompanhar e divulgar.
Abraço
Só em Janeiro terei de entregar os OI. Decidi que até lá não me desgastarei com os OI: é caso para dizer que estão numa espécie de limbo. ;) Mas agora que me deixei enlear por uma das tuas pontas, irei aproveitar a tua (envolvente... é redundante eu sei) escrita para separar o trigo do joio. :)
POis é Daniela... mas muito do querer e da vontade de muitos alunos passa pela expectativa positiva do professor e pela sua vontade e o seu querer (com os mais pequenos é nítido... se afrouxamos eles afrouxam logo...)
:)Miguel... grande sorte! JAneiro!... eu cá tenho o prazo bem marcadinho: 30 de Outubro... Não houve como escapar... :\
Obrigada Henrique... a ideia é essa... A ver se os oi tb se transformam num exercício de luta e cidadania responsável, em vez de serem mais uma coisa que se tem de fazer e à qual nos conformamos acefalamente...
Parafraseando, pois :)
Bom fim de semana
:) Bom fim-de-semana!
concordo contigo Teresa... como concordo!! Indo de encontro a isso criei os "5 mandamentos" que exploro nas aulas sempre que oportuno, aplico princípios e técnicas da "educação positiva" com eles e desenvolvo o projecto "Educar pelo Exemplo" com os adultos. Acordei tb com um colega nosso de Vagos para dar uma aula de "motivação e definição de objectivos e metas" para os alunos... são estratégias que espero que resultem, nem que seja a longo prazo! Quero que eles acreditem nas suas capacidades e no seu valor, que não tenham medo de tentar, de arriscar, que encarem os erros e fracassos como fantásticas oportunidades de aprender e que sintam o medo como "Mais Energia para Dobrar Obstáculos"... objectivos: auto-confiança e auto-estima e amor-próprio vindo de dentro para fora.
bjinhos e um excelente fim de semana!
Pois...
Beijinhos e bom fim-de-semana!
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