terça-feira, agosto 26, 2008

Como vejo o mundo (Einstein e eu... :º)


Em busca de uma citação que me dava jeito, buscando a fonte original dei com esta surpresa.
A fonte inteirinha online à mão de quem queira. Não queria tanto, mas pronto...

The world as I see it (versão em língua inglesa)


A citação nem tem nada a ver com o pedacito de teia que estava a montar agora aqui na tese, a propósito da importância das TIC na escola... e da minha decisão de as usar no trabalho com os alunos... mas acaba por me provar (ao vivo) o propósito da coisa: se tentasse contabilizar a quantidade de problemas que resolvi acedendo à net, a quantidade de respostas que encontrei, o imenso que tenho aprendido e, sobretudo, a quantidade de gente preciosa que conheci e muito tem contribuído para o meu crescimento... nem uns anos chegariam...

Eu à solta sem rédeas nem trelas, com uma epistemologia muito própria (esta é do meu amigo Fernando Costa) e com a dose especial de heterodoxia que me caracteriza (esta foi do meu amigo Matias Alves) a que não consigo escapar-me ... escreveria uma linda tese! Um poema vivo :) Não me parece é que a coisa pudesse singrar os ortodoxos caminhos da classificaçãozita...

Mas vou tentando docemente misturar as minhas palavras aromatizadas com mel e borboletas, com as palavras objectivas e necessárias de circunstância, para que a escrita não se torne um peso (como é realmente em certas alturas - o que eu gosto é mesmo de fazer, é de acção) e possa dar algum prazer escrevê-las... prazer que espero alguém possa sentir ao lê-las...
Equilíbrio nem sempre fácil.

Mas procurarei ter presente algo que ouvi Bernard Charlot dizer num encontro na FPCE (deixei aqui na teia registo) para não cair em tentação e me enrodilhar em armadilhas que produzem dezenas e dezenas de páginas... enfim... (desculpem lá todos os que se empenharam e empenham para produzir 500 e muito mais páginas de árduo trabalho, mas as teses de doutoramento - de mestrado devem ser ainda mais pequenas - a que tenho tido acesso do MIT... não excedem as 200... e há algumas que nem 150... assim como as de Zurique, ETH, onde trabalhou precisamente... Einstein e alguns prémios Nobel foram conquistados)... E o que disse Bernard a propósito de teses e da montanha de páginas para dizer tanta coisa que... enfim.... ? Dizia algo como...."por exemplo, estou a ler uma tese de um aluno e vejo 20 páginas a falar da técnica da entrevista... ora quem escreve 20 páginas a falar de entrevistas não tem tempo para fazer as entrevistas que são o mais importante!"

Ora bem... tenho 19 para transcrever... já consegui fazer 11 (média de cinco, seis páginas por aluno... gostei tanto de os escutar... e aprendi tanto...), sem falar depois do trabalho de as analisar e aprender com elas, ver se encontro lá algumas ajudas para responder às questões... É apenas um pedacinho do que tenho para fazer... já que ter enveredado por métodos mistos... enfim... exigirá um esforço grande de organização... no tratamento e no contar da história para não adormecer ninguém... Bernard... vou mesmo tentar concentrar-me no que é importante! Se me ponho a dissertar sobre métodos, nem mil páginas chegam! Ai como preciso mesmo de encontrar essa tal de epistemologia muito própria e muito heterodoxa... (ainda crio para aí um qualquer "paradigma" - outra palavra de que não gosto mesmo mesmo mesmo nada e de que fujo a vinte pés e a catorze asas... é esta minha maneira muito infantil "de olhar o mundo"... o que se há-de fazer? Haja orientadores com paciência para me aturar...)

Adiante.

E qual era a citação de Einstein que eu procurava? Uma que já deixei há muito tempo na teia (estas coisas estão sempre entretecidas umas nas outras... é como os raminhos das cerejas):

Não basta preparar o homem para o domínio de uma especialidade qualquer. Passará a ser então uma espécie de máquina utilizável, mas não uma personalidade perfeita. O que importa é que venha a ter um sentido atento para o que for digno de esforço, e que for belo e moralmente bom. De contrário, virá a parecer-se mais com um cão amestrado do que com um ser harmoniosamente desenvolvido, pois só tem os conhecimentos da sua especialização. Deve aprender a compreender as motivações dos ho­mens, as suas ilusões e as suas paixões, para tomar uma atitude perante cada um dos seus semelhan­tes e perante a comunidade.

(E pronto.... lá vou eu a correr para os deveres depois desta necessidade súbita que tive de deixar uma mosca na teia... procrastinar, é o que é... ficas de castigo e não almoças! :)

4 comentários:

Anónimo disse...

Agradou-me este seu modo de ver o mundo...essas teias que anda a (re)construir... Obrigada pela referência.

Teresa Martinho Marques disse...

(Trata-me por tu Glicéria... sou exactamente assim descomplicada em tudo :)
Obrigada pela visita... e pelas palavras.

IC disse...

:)))

Vou referir só isso de não gostares nadinha da palavra "paradigma" (calculo bem que não gostes ;) ). Mas não vai ser fácil convenceres o(s) teu(s) orientador(es) a deixar(em)-te fazer um trabalho académico sem te situares, nele, nalgum paradigma, pois não? ;)))

Teresa Martinho Marques disse...

eh eh eh
Eu só não gosto da palavra... prefiro mais coisas como visão do mundo e tal... e, claro, isso de ficar de fora de algum seria impossível. Tenho cá uma maneira de ver o mundo que fez toda a diferença nas minhas opções... Já tenho o meu para me aninhar... e até é um "paradigma" bem interessante... que foge um pouquito às dicotomias habituais e enquadra na perfeição a teia que foi este estudo... Enfim... Não me escapo! ;) Beijinhos