quinta-feira, dezembro 07, 2006

Vergílio Alberto Vieira

http://www.vergilioalbertovieira.com/


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Porque gosto.
Muito.

Foi pelas mãos da Teresa (http://talvezpeninsula.blogspot.com/) que fiquei a conhecê-lo melhor. Ontem descobri a sua página na internet.

Boas ideias para oferecer prendas de Natal às nossas crianças...

(Ver na secção infanto-juvenil, em bibliografia.)

Quantos mais livros no sapatinho melhor...
(No sapatinho da nossa BE também... a campanha lançada para este Natal está a correr bem e temos muitas prendinhas para abrir em Janeiro...)
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Por entre os diamantes:

Este livro:
Para Chegar a uma Estrela

Lisboa: Caminho (ilustrações de Cristina Salgado)


Para chegar a uma estrela

Para chegar a uma estrela
É preciso ir mais além,
Não ter medo de perdê-la
Por lá não haver ninguém.

Soltá-la na noite fria,
Ter um nome p’ra lhe dar,
Andar com ela de dia
Nos verdes jardins do olhar.

Esquecê-la, à tarde, sem pressa
Num livro que se anda a ler,
Trocar-lhe as voltas depressa
Antes que possa morrer.

Escrever com letra bonita
A história de quem amou
Estrelas de luz infinita,
Segredos que o mar cantou.

Para chegar a uma estrela
Não basta ouvir a razão,
É preciso saber vê-la,
Quando nos chega a paixão.»


(V. Vieira 2005: 24-25)


E este excerto de um dos contos de:
O Peixinho Folha-de-Água
Lisboa: Caminho (ilustrações de A. Vasconcelos Lapa)

(...) Chamava-se Sidónio, o jardineiro, e não tinha idade.
Por ser igual a todos os homens, era na verdade um homem diferente. Como ninguém, sabia das coisas, e pelas plantas sempre cuidados íntimos tivera: com a luz, a cor, o som, que uma simples palavra as não ferisse, um sorriso as não manchasse, um silêncio as não pusesse a chorar.
Por isso, amava as flores.
Sidónio tinha, porém, uma particularidade: era míope, inconfundivelmente míope. Tanto como os espelhos, mais do que a água.
Por hábito, levantava-se às cinco, e ia dar alpista às flores.
A seguir regava os pássaros e, enquanto regava, ia dizendo:"Que bem cantam as minhas papoilas!"
E sentava-se, depois. Conversava com o sol.
Pedia-lhe que dissipasse a nuvem, que acalmasse o vento, que a nenhuma flor faltasse com o seu perfume.
Pelo muito amor que punha em tudo o que fazia, a estufa era o seu mundo.
Em manhã de Maio morreu, o jardineiro.
Pela saudade com que dele ficaram, as papoilas coraram. E deixaram de cantar.

V. Vieira 2000: 31-32

Apetece ou não apetece?

Para saber mais (entrevista):
Centro de Recursos e Investigação sobre Literatura para a Infância e Juventude
http://www.boasleituras.com/
http://www.boasleituras.com/vergilio/indexinterior.asp


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