sexta-feira, dezembro 15, 2006

Natal... ou

Cheira a Natal, pois cheira.
Cheira nas decorações (a BE não escapa, com a exposição de cartões e a campanha de Natal: árvore já com muitas prendinhas!), cheira nos sorrisos, na temperatura baixa, nos poucos aquecedores que não conseguem dar conta do gelo desta terrinha e nos fazem tremer dentro das salas de aula e do espaço da BE, cheira nas avaliações, na azáfama dos DT submersos em papéis, nas decorações por toda a escola, cheira na inscrição para o almoço, na lembrança de levar prenda para trocar, na excitação dos alunos...



Mas o cheiro de ontem, em dois ou três momentos, teve sabor especial. Dou comigo a pensar que o verde do Natal, meio disfarçado de esperança, persiste em morar onde tem de morar: mesmo no meio do coração de quem quiser e com efeito duradouro...

Não é muito costume a BE aceitar requisições de livros para as férias de Natal, segundo me foi dito (eu não sabia, e estava a deixar os alunos fazê-lo)... Mas é impossível resistir a um professora eu comprei na feira o volume um desta colecção e já li. Agora queria ler o dois que está aqui na BE... Claro! Vamos fazer a requisição. Professora eu queria fazer o cartão de leitor para requisitar um livro de rimas para o Natal. Não é preciso cartão de leitor (novas regras) vamos escolher um de que gostes? Mas só deixo com uma condição, digo a rir... qual? ... é voltarem para o ano que vem e requisitarem muitos livros para ler! Prometeram com largos sorrisos. Felizes por se dispensar a formalidade do cartão.
Assumimos o risco das perdas... seria inconcebível não os deixar levar um livro para ler quando, precisamente, vão ter tempo para o fazer. O primeiro sinal de Natal. Flexibilizar regras, alterá-las para melhor servir a promoção do prazer da leitura.
E as requisições continuaram: turma inteira do 3º C, cuja professora marcou como tarefa de férias a leitura de uma obra à sua escolha. Alunos aqui e ali... Fico contente. Já temos uns planos para promover mais leitura... e uma prenda em preparação no sector lúdico.

O que mais me custa na Biblioteca é os alunos quererem requisitar um livro já requisitado (do qual existe apenas um exemplar) e sairem sem livro nenhum nas mãos. Depois de ver isto acontecer com o famoso Eragon e de ver desaparecer o Eldest no minuto a seguir, logo procurado por outro aluno sem sucesso... resolvi ontem andar à procura do Pai Natal para apresentar os meus argumentos. Acontece que vamos adquirir vários livros com a verba da feira, mas não pode investir-se (com as solicitações existentes para outras obras necessárias e também procuradas) em tudo ao mesmo tempo. Por outro lado, estamos na época dos dragões... contagiou-se o desejo pela literatura fantástica e espalha-se como a célebre gripe das aves... só que mesmo a sério... Há que aproveitar... Eis que chega o segundo sinal de Natal: uma colega sensibilizada pelo nosso desejo de servir os alunos, ofereceu mais um Eragon para a escola. Os professores, congelados de carreira e de frio, usam os seu imóvel vencimento numa dádiva para servir a escola e os alunos. Parti então para o Conselho Executivo: serão eles a juntar esforços e a oferecer o Eldest... Não falo sequer nas prendas já oferecidas por todos nós e por alunos, no âmbito das campanhas de Natal... embrulhadinhas, aguardando os reis para se apresentar à BE... Não vejo a hora de descobrir as surpresas, de as apresentar ao público, de as colocar a uso....

Amigo crítico e muito especial, o nosso JMA (falei dele há tempos). Vai oferecer uma obra especial: O Brincador do Álvaro de Magalhães... Peça de rara beleza e que não nos seria possível adquirir agora.

A Associação de Pais: colocará no nosso colo Poemas de Amor (colectânea de Inês Pedrosa - poetas portugueses). Uma obra que vai estar no centro da acção quando se celebrar o Amor em Fevereiro...

Sinais de Natal?

Sim. Ou, talvez melhor, sinais de Amor.

Porque o Amor é mais perene na vida (embora mais visível no Natal).

Deixem-se contagiar e façam um qualquer gesto que não fique votado ao esquecimento. Assim algo que permaneça no tempo e se torne companhia indispensável: ofereçam livros.
Escolham com carinho o objecto e o destinatário. A felicidade constrói-se com coisas simples.


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