segunda-feira, outubro 09, 2017

descalabros, carrocel e ignorância

https://guinote.wordpress.com/2017/10/05/descoincidencias/


... A propósito de descalabros, no 5.º ano, a saladinha mista de ciências e matemática numa única prova não serviu uma avaliação séria nem de uma coisa, nem de outra (foi a primeira vez que alguém teve a ideia peregrina de fazer algo assim... mas, claro, isso não interessa nada para os resultados nem para as conclusões/comparações com provas exclusivamente de uma disciplina). Estamos a falar de crianças acabadas de sair do primeiro ciclo... quem (realmente) sabe o que é uma criança do 5.º ano, percebe o que digo. Descalabro são sucessivos governos cada um com sua sentença, matando decreto a decreto o que o anterior fez, sem qualquer respeito pelo trabalho dos alunos e dos professores, sem respeito pelas famílias. Somos todos assim uma espécie de cobaias. Got it! O pior da nossa educação é a imensa necessidade de todos os que por lá passam quererem deixar marcas para a posteridade (piores, melhores... às tantas é só descrédito... é só carrocel... eles partem, nós ficamos). Em educação as coisas não pioram ou melhoram num ano (alguém lhes explica?)... Os ciclos são longos, têm de ser bem planeados, seriamente avaliados em toda a multiplicidade de fatores e só depois se tiram conclusões. Cada escola é uma escola. Um pactozinho de estabilidade ajudava... já leram o Perfil dos Alunos? Experimentem aplicar mesmo (em vós) as competências que preconizam para outros. Deviam ser o exemplo...
As provas de aferição, não contando para os resultados finais, levam a um maior desinvestimento de muitos alunos e famílias (perfeitamente natural). Digam a um adolescente "médio" que vai fazer uma prova que não conta para nada e depois esperem milagres. Ah, e logo de seguida comparem coisas diferentes.
Os exercícios que se seguem foram colocados na prova (para crianças que em média têm 10 anos)... quantos de vocês os resolveriam? Sobretudo o exercício 10?
Aguentei calada na altura das provas, a ver o que aí vinha, dando o benefício da dúvida sobre as eventuais ocultas intenções das ditas. Agora que percebi, a minha irritação e incómodo com tudo isto falaram mais alto.
Quem avalia quem faz as provas? E quem avalia os MEs quando entram e saem sem que nunca se responsabilize ninguém pela (de)obra feita? Memória curta de tantos que por lá passaram e agora tudo sabem sobre como resolver os problemas da educação.
Está para vir o primeiro que chegue sequer aos tornozelos do magnífico aluno de 12.º ano preconizado num certo perfil que eu cá sei.


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