quinta-feira, junho 21, 2012

Uncomfortable Silence e alguns pensamentos dispersos...

O tempo escorre sem remédio.

Caminho por tanta teia que esta, a teia mesmo minha, é sempre a última de todas as estradas. Algum silêncio aqui, sim, mas nenhum em todos os outros recantos.
Têm sido anos de crescimento, de encontro, de fazer desabrochar flores com, às vezes, minúsculas sementes.
O melhor de tudo? As pessoas especiais que vão cruzando os caminhos de semear e que, apesar destes ventos estranhos e tão contrários ao que a escola devia ser, me fazem acreditar que haverá professores capazes de gritar por soluções diferentes e dar provas no terreno de que esse será o caminho mais certo. Continuamos a laborar afincadamente na cosmética educativa (horas, exames e afins) e ninguém fala das salas de aula. Quer dizer, nós falamos. Porque é por lá que ando. A minha sala de aula passou a ser em muitas escolas e os meus meninos estão agora espalhados por todas elas.



Muitas das histórias estão contadas, aqui numa espécie de diário de viagens do projeto EduScratch.
(Acho que, para o ver, não é preciso estar registado no facebook. Digam-me se assim não for)

Este ano não nos ficámos por Portugal e fizemos mesmo formação a professores europeus de muitos países diferentes...



(Para além da animação de uma comunidade de prática online, igualmente integrada em projetos europeus, com a participação de professores que vinham de tão longe como Israel para aprender o que temos para partilhar...).



Portugal ficou bem na fotografia... e falámos sempre de metodologias, didática, inovação, ferramentas e salas de aula. Essa devia ser a preocupação central... mas não é. O resto devia ajustar-se à ideia, à intenção... não a ideia às limitações da estrutura, da casca, da organização economicista. Não vamos ganhar nada com a poupança. E sei bem que nos próximos anos perderemos bem mais no sucesso "educativo" do que já perdemos até hoje. Há vida para além dos números, mas os números têm mostrado que alguma coisa está profundamente errada.

E é preciso dizer-se que não temos propriamente equipas nos Centros de Competência TIC... Depois dos cortes no ano passado, cada centro tem apenas uma pessoa para todo o serviço e um coordenador (que se divide por mil tarefas nas universidades onde os centros estão alojados).
Como se pode imaginar, não é tarefa fácil dar resposta a tudo e a todos por todo o país e até fora dele.


Mas, mais uma vez, chego ao final do ano sem saber o futuro. É já hábito. Damos o melhor de nós no que abraçamos, ano a ano, sem fazer a menor ideia se os projetos que agarramos (e envolvem tantas escolas) são para avançar, ou se apenas morrem já ali... num beco sem saída.

Nada de novo...
Aguardemos.


4 comentários:

Hugo Correia disse...

Tipo Lucky Luke, mais rápido do que a própria sombra. Neste caso a sombra será o ministério, é compreensível, a máquina é grande, "pesada" e complexa, tem, por isso, alguma dificuldade em acompanhar a dinâmica e o entusiasmo de alguns dos seus. Não explica tudo, mas sabemos como neste nosso canto às vezes é fértil em que se dê para trás às boas iniciativas e aos bons projectos, onde se perde mais tempo do que se ganha, onde se tarda a decidir o que é óbvio. Estaria a mentir se dissesse que estava a acompanhar o projecto EduScratch, mas se o fazes(ainda) com todo este entusiasmo, então é porque é bastante válido e vale mesmo a pena. Mas...not to fast:)
Saúde!

Teresa Martinho Marques disse...

:) :) :)
Não é à toa que me alcunham de "Miss Speed" desde há muito. Mas, pronto, por imensas razões seria bom haver alguma definição a tempo e horas... :)
Tudo de bom!

IC disse...

Hoje cliquei para a blogosfera, que boa coincidência "apanhar-te" aqui! :))
Deixa-me só fazer uma pequena "correção". "Continuamos a laborar afincadamente na cosmética educativa (horas, exames e afins) e ninguém fala das salas de aula." Por um lado, na sala de aula também fala certa pessoa ignorante e neurótica, pois fala do número de alunos por turma e o que lhe sai da boca é "trinta" (se só saísse da boca... o pior é que é mesmo intenção). Por outro lado, laborar na cosmética costuma ser para as fachadas ficarem mais bonitas, e o que eu nunca tinha visto é produtos cosméticos para corroerem e destruirem os interiores!
Pus aspas em "correção" porque sei bem que também pensas o que escrevi e só não desanimas porque és uma incansável resistente que consegue semear no meio dos estragos :)
Mil beijinhos!

Teresa Martinho Marques disse...

Pois...
E número de alunos por turma... continua a ser cosmética, mas que corrói a sala de aula na sua essência. É de quem nada sabe sobre as crianças que nos chegam hoje à escola...
Enfim. E eu sei o que dizes, Isabel, sei tão bem. E, sim, tento com toda a energia possível semear por entre os estragos...
Beijinho grande