tag:blogger.com,1999:blog-20688556.post113834885577900421..comments2024-01-11T21:14:20.394+00:00Comments on tempo de teia: À procura de culpados...Teresa Martinho Marqueshttp://www.blogger.com/profile/10149750377824800122noreply@blogger.comBlogger9125tag:blogger.com,1999:blog-20688556.post-1138694319456510822006-01-31T07:58:00.000+00:002006-01-31T07:58:00.000+00:00Só um muito pouco para agradecer as vozes e para u...Só um muito pouco para agradecer as vozes e para uma concordância indispensável com o caso relatado pela IC e pela reflexão que se lhe seguiu. Sinto exactamente o mesmo que tu. A minha "provocação" (se assim se pode chamar) dirige-se aos que não fazem um único gesto (infelizmente tenho conhecido vários)... De culpado e de louco todos nós temos um pouco... mas ao fazer os gestos possíveis (como o que relatas e muitos outros que não relatas) salva-se o que está ao alcance salvar (com os recursos de que dispomos). Milagres não acontecem só pela vontade e esforço. O que me assusta são os que têm o discurso da indiferença e são incapazes de um único gesto, de uma única tentativa. São esses os únicos que não se sentem a partilhar nenhuma culpa. Estou contigo: mesmo que saiba que vou fazendo o melhor que posso e sei, hoje, ao ver os testes, vou sentir que falhei, sempre que algo tenha escapado ao meu controlo, ao meu entusiasmo... porque são muitos, dizes bem... Depois de uma primeira tristeza, sei que vou, tal como tu, tal como muitos, felizmente, procurar descobrir como corrigir ainda o que esteja ao meu alcance corrigir... MAs, a certa altura o ano acaba e não é mais possível... fica-nos o ano seguinte, se tivermos a sorte de poder estar com o aluno novamente.<BR/><BR/>Teia de cumplicidades... pois... Miguel, poderei pedir emprestada esta bela metáfora para a usar num qualquer cantinho da minha humilde casinha no ciberespaço? Soa tão bem... sabe tão bem... (Acho que ouvi um sim, nem precisas de responder!)Teresa Martinho Marqueshttps://www.blogger.com/profile/10149750377824800122noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-20688556.post-1138670763718318262006-01-31T01:26:00.000+00:002006-01-31T01:26:00.000+00:00Depois desta excelente conversa nem sei por onde c...Depois desta excelente conversa nem sei por onde começar. Quero crer que irei ao fundo do enigma. E como não quero ficar preso num fio da teia acrescento este pequeno exemplo verídico: hoje, tive o prazer de preencher um inquérito, distribuído pelo Conselho Executivo, que visava diagnosticar o clima de escola e um conjunto de problemas para reformar o nosso projecto educativo (singular… é uma piada ;)) Depois de reler a parte que dizia respeito ao nível de satisfação dos professores, sorrira. Embora as respostas indiciassem um certo mal-estar pela ausência de trabalho cooperativo, à última questão [Dá-me gosto trabalhar na escola] eu respondera afirmativamente.<BR/>Concordo com a tit e com a tese do entusiasmo contagiante. Já encontrei culpados para as minhas incoerências: A teia de cumplicidades!Miguel Pintohttps://www.blogger.com/profile/16736297105715394331noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-20688556.post-1138668907604158422006-01-31T00:55:00.000+00:002006-01-31T00:55:00.000+00:00Pois a Matemática é realmente difícil para muitos ...Pois a Matemática é realmente difícil para muitos alunos, mais difícil ainda pela ideia que já trazem e vão acumulando devido a insucessos, pela insegurança (a insegurança e baixa imagem da sua capacidade leva alguns a uma defesa natural - ligarem-lhe pouco)e por não terem ainda descoberto como colocarem/soltarem o raciocínio, que têm mas não usam, preocupados em buscar na memória a resolução do problema que lá não pode estar. Pouca auto-confiança e descoberta de como "colocar" o raciocínio(porque não basta o professor dizer, têm que perceber o que quer dizer com soltar simplesmente o raciocínio face a um problema) requer uma acção muito individualizada - cada um desses casos é um. E a atenção e acção certa para cada um por parte do professor é, para mim, o desafio mais difícil, porque eles são 25 em cada turma e também os "bons" alunos precisam de atenção diferente para poderem chegar onde podem e querem em turmas em que o professor é extremamente solicitado pelas dificuldades dos outros, quando estes são a maioria.<BR/>Acabo de ter este ano um caso que bem prova como essa atenção/acção certa individualizada pode transformar um aluno desmotivado e oscilante entre nível 2 e 3 num aluno, que é inteligente mas com um feitio difícil a esconder inseguranças, num aluno que está a candidatar-se ao nível 5 no final do seu 9º ano. Isto passou por uma coisa para que temos pouco tempo devido aos nossos horários e deles - espaços de conversas fora da aula, neste caso devido à percepção do que estava por trás desse feitio que referi. Tive que lhe dar 2 no final do ano passado e justificar em acta pois tinha tido antes antes 3, 3, mas das primeiras coisas que fiz este ano foi a tal conversa, e não era a 1ª, mas nesta consegui acertar nos pontos certos,e estabeleceu-se algo entre nós a seguir,e o V teve 100% no último teste do 1º Período (ultrapassando a minha aluna de 5). Isso foi o final de um processo e início de outro percurso(recebeu hoje teste cvom 93%).<BR/>Pedindo desculpa deste relato todo, o que quero dizer é que a relação dos alunos com a Matemática pode ser modificada, mas creio que nos é humanamente impossível consegui-lo com todos, porque eles são muitos para um professor só. A muitos, as dificuldades têm que serem tiradas individualmente, os estímulos têm que ser adequados a cada um, acertamos em cheio com uns, não conseguimos com outros - e sabemos que podíamos conseguir, pelo menos teoricamente podíamos, mesmo e apesar de, como é o meu caso, estar a recebê-los só no 8º ano. O drama das dificuldades e desistências na Matemática é que elas têm muito a ver com o domínio psicológico. Eu sei que trabalho muitíssimo com eles, mas sei também que me ficam bastantes sem dar o salto - às vezes muiiiitos, porque aquele nível 3 "baixinho" que conseguem é justo, não é benevolência caridosa, mas não é sucesso em termos daquelas competências gerais que importam (E que NÃO É SÓ na/pela disciplina de Mat que têm que ser desenvolvidas). Por um lado, não me sinto culpada; mas não deixo de me dizer todos os anos (apesar da falta de hábitos de esforço que vou denunciando cada vez mais nas novas gerações de alunos) que com este, aquele, aquele outro não consegui, isto é, falhei - EU falhei.<BR/>P.S. Andava a pensar escrever um post com a estória deste aluno V., mas é delicado, é um aluno do presente, por um acaso qualquer ele poderia ver-se descrito, e pelo seu modo de ser não arrisco apesar de que o post seria um elogio para ele.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-20688556.post-1138653003905628072006-01-30T20:30:00.000+00:002006-01-30T20:30:00.000+00:00Bem... uma pessoa passa a tarde fora e a tertúlia ...Bem... uma pessoa passa a tarde fora e a tertúlia lá vai aquecendo e caminhando... e, querem saber o melhor? Eu venho buscar alguma da energia aqui, outra, como diz a Tit, recolho-a junto dos alunos (grande parte) e outra, ainda, do sabor das coisas boas da vida e da forma interior como me disponho a fazê-lo (pois tenho sorte em poder fazê-lo sem grandes preocupações externas que me tolham). Claro que, como diz a Teresa, também gostaria muito de ter o reconhecimento de quem me tutela, para além dos pares e dos alunos... mas, até ver, tenho de me contentar com o que tenho... Nos momentos de maior desânimo tento agarrar-me a uma ideia apenas: os alunos não têm culpa... é preciso a todo o custo evitar que sejam eles a sofrer as piores consequências...<BR/>Às vezes... apetecia-me ser professora num espaço e tempo muito diferentes da escola que temos... às vezes... mas só posso tentar manter a energia suficiente para mudar o que está à minha/nossa volta. Nem sempre é fácil... mas alguns gestos são possíveis.Teresa Martinho Marqueshttps://www.blogger.com/profile/10149750377824800122noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-20688556.post-1138652000306854172006-01-30T20:13:00.000+00:002006-01-30T20:13:00.000+00:00Todos nós já ouvimos falar dos estímulos interiore...Todos nós já ouvimos falar dos estímulos interiores e exteriores. Naturalmente que os exteriores são importantes, como sejam, neste caso, o reconhecimento do nosso trabalho pelo sistema educativo. No entanto, há muitos outros, que estão mais perto de nós e que nos dizem "Olá stora"; "Ah!... já percebi!"; "Isto afinal é giro!"; "Pode explicar outra vez?"...<BR/><BR/>Depois há ainda os estímulos interiores. Os mais importantes. Que nos fazem andar para a frente na certeza de que, quanto mais nos envolvermos na tal procura da solução, mais sentido tem continuarmos a apostar no desafio da Educação. No desafio de, neste caso, fazer com que os alunos aprendam Matemática. Esses estímulos interiores são como uma bola de neve (e lá vem a neve outra vez...eheheh). Se deixarmos, eles vão rolando e crescendo. Mas se não os colocarmos a rolar acabam por derreter depressa...<BR/><BR/>[Claro que isto nem sempre é assim tão óbvio... muitas vezes sentimo-nos sozinhos. Mas esta coisa do entusiasmo felizmente é contagioso...!]matildehttps://www.blogger.com/profile/05985621167363875709noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-20688556.post-1138631914507287602006-01-30T14:38:00.000+00:002006-01-30T14:38:00.000+00:00O reconhecimento faz parte da nossa valorização e ...<I>O reconhecimento faz parte da nossa valorização e contribui altamente para elevar a nossa auto-estima. E isso, nós temos?</I><BR/>Não.Herr Macintoshhttps://www.blogger.com/profile/04379984066796632121noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-20688556.post-1138630726902333792006-01-30T14:18:00.000+00:002006-01-30T14:18:00.000+00:00Não podia estar mais de acordo convosco. Só que, p...Não podia estar mais de acordo convosco. Só que, para actuarmos dessa maneira, onde vamos buscar energia? Aos resultados que iremos obter dos nossos alunos, claro, mas também a um sistema organizativo que reconheça o nosso trabalho. O reconhecimento faz parte da nossa valorização e contribui altamente para elevar a nossa auto-estima. E isso, nós temos?Teresa Lobatohttps://www.blogger.com/profile/04898192074007098233noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-20688556.post-1138621153784172902006-01-30T11:39:00.000+00:002006-01-30T11:39:00.000+00:00Saúdo a tua presença (e tudo o que trazes contigo ...Saúdo a tua presença (e tudo o que trazes contigo e enriquece este espaço)... que me está a parecer poder tornar-se, como diria, "habitual"? Regressamos às saudosas tertúlias da Luisinha? As que nos mantiveram o espírito para cima no meio de tanta dificuldade? Vê lá se consegues animar a Cris e a Zé a deixarem-se enredar na Teia, numa espécie de regresso ao passado mas com os olhos postos no futuro da Educação... Era uma forma de matar saudades e combater a tristeza e o isolamento... Juntos podemos tanto. Quando será que os professores vão perceber isso? Que a Escola não é uma, aquela em que estamos colocados, mas sim A Escola (de todos nós)? Que está também nas nossas mãos "alguma" coisa?Teresa Martinho Marqueshttps://www.blogger.com/profile/10149750377824800122noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-20688556.post-1138620215879233642006-01-30T11:23:00.000+00:002006-01-30T11:23:00.000+00:00Mais provocações? E logo pela manhã! De manhã é qu...Mais provocações? E logo pela manhã! De manhã é que se começa o dia... Bom, aqui vai mais uma acha, uma citação de um autor de que já me ouviste falar e de gosto muito, Richard Riding, traduzido à pressa:<BR/><I>Uma forma de melhorar significativamente os resultados do ensino e, consequentemente, a eficácia das aprendizagens dos alunos, é melhorando as estratégias de ensino utilizadas pelos professores <B>e as estratégias de aprendizagem utilizadas pelos alunos</B> </I>[destaque meu]<I>. Isto terá o duplo efeito de melhorar a satisfação dos professores no seu trabalho e a auto-estima dos alunos.</I><B>Richard Riding, <I>School Learning and Cognitive Style</I>, David Fulton Publisher, Londres, 2003</B><BR/>Isto aplica-se a qualquer disciplina. Em relação à procura dos culpados isso faz parte da tradição do bode expiatório. Procuramos o culpado sem pararmos para analisar o que correu mal.Herr Macintoshhttps://www.blogger.com/profile/04379984066796632121noreply@blogger.com