sexta-feira, junho 29, 2007

Adenda à entrada anterior:Verão & Poesia soa bem...


A todos os que aqui chegarem...
Seria pedir muito que divulgassem a iniciativa destes alunos?

Eles iam ficar felizes...

(Foram meus no 5º e no 6º anos - DT... estão a caminho do 8º e pediram-me ajuda.)
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VERÃO&POESIA
SOA BEM...
MAS COM "A-TEAM" MISTURADO

TAMBÉM!



Chegou o concurso de Verão onde pessoas dos 5 aos 100 anos podem participar!
Só tens de escrever um poema ou texto acerca do Verão, ilustrá-lo e enviá-lo para o e-mail do A-Team: ateam.sala16@gmail.com!

PARTICIPA, GANHA UM DIPLOMA DE VENCEDOR E VÊ O TEU TEXTO E ILUSTRAÇÃO PUBLICADOS NO NOSSO BLOG!


Para saberes mais visita a página www.sala16.blogspot.com!

Concurso válido de 30 de Junho a 30 de Setembro.

P.S:. Somos uma turma que irá passar para o 8ºano de escolaridade e que estuda na ESCOLA BÁSICA 2,3 DE AZEITÃO (
http://www.eps-azeitao.rcts.pt)

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Dizer Bem 5: Parecem bandos de pardais...

Recordo hoje os meus melhores amigos dentro da escola ao longo de mais de 20 anos. Os que mais alegrias me deram, os que mais horas passaram comigo, os que mais me desafiaram, os que mais me provocaram, os que mais me deram. Sim, os alunos.
Por eles, é por eles que tudo vai fazendo sentido, mesmo aquilo que é perverso labirinto sem nexo.

Vocês, meus pardais turbulentos, que nem em férias me dão sossego.
Digo bem, direi sempre bem dos encontros e desencontros convosco.
Desse amor que se constrói devagarinho para cá, para lá, numa troca, num rodopio colorido que me faz sorrir a horas despropositadas.
Lembrança doce que me acompanha.

Melhor que palavras minhas...

...

Comentário recebido esta semana (aluno da minha turma deste ano) na entrada "Dizer Bem 3" (o entusiasmo diz respeito à actividade Dia B em que fomos observar borboletas para a rua, contribuindo para um estudo nacional. Partilhei também os meus segredos sobre como fazer um jardim de borboletas e muitos alunos compraram arrudas para os seus jardins, esperando o milagre da vida pelas asas de um Papilio machaon... o milagre tem demorado, que as arrudas ainda são pequenitas, mas...):

Ola professora !!!

Acabei de ver na minha ARRUDA uma lagarta do PAPILIO MACHAON e também vi um a voar pela rua!!!!

Francisco

(As aulas acabaram... sim? Talvez. O entusiasmo permanece.)

...

Mensagem de correio electrónico recebida hoje (ex-aluna - ex? ex? nem pensar... - que pertenceu à minha direcção de turma durante dois anos, 5º e 6º - famoso A-Team do blogue Sala 16 - e que acabou de transitar para o 8º ano. Lembram-se da criação do blogue da Sala 16? De como formalmente preparei cerimónia de transição de poderes de administração do dito para as suas mãos, concluído que estava o meu papel na sua formação e na sua vida escolar... mais directa, depois de terminado o 6º ano? Pois... passados dois anos, sem mim, o projecto continua... curiosamente sem o apoio dos professores do terceiro ciclo, apenas pelas mãos dos alunos... como não ficar feliz? Como não dizer bem da sua persistência e do seu empenho? Igual à de tantas turmas que fui conhecendo ano após ano...):

...Professora Teresa!

Eu peço desculpa por estar a incomodar logo no início das férias mas sabe que a minha cabecinha não pode estar sem fazer nada e por isso lembrou-se de fazer um concursozinho na Sala 16 (a propósito, quando puder passe por lá, decidimos dar um ar mais "oceânico" ao blog e mudar algumas coisinhas...). Um concurso de poesia (ou prosa, é à escolha do freguês). Se tiver algum tempo para me ouvir (em nome do A-Team), passo a explicar em que consiste este concurso última-hora.
Podem participar pessoas dos 5 aos 100 anos. Escrevem um poema ou um texto sobre o Verão (o que significa para cada um, o que fazem durante esta época etc...), ilustram (não sendo obrigatória a ilustração) e enviam para o nosso e-mail do Google (
ateam.sala16@gmail.com). Depois iremos eleger os melhor textos e ilustrações, publicamos os textos vencedores no blog e fazemos um diploma comum para todos os participante vencedores! O prazo de envio dos textos vai a partir do dia 30 de Junho (se conseguir ter tudo pronto até amanhã) a dia 20 de Setembro. O que acha?
Mas com isto tudo queria pedir-lhe um favorzinho... É pequeno... Pequeno-médio, entende? :) Então é assim: quando eu tiver pronto um e-mail de publicidade ao concurso, vou enviar-lhe e queria que fosse reencaminhando esse e-mail para os seus contactos... Para mais pessoas terem conhecimento do concurso. Pode ser? Obrigado se sim, obrigado por me ouvir se não! :)
Espero resposta....
Já leu?!
Já respondeu?!
Entretanto eu vou fazendo o e-mail!


Beijinhos!

Mónica (em nome de todo o A-Team)!

P.S:. Desculpe o tamanho do e-mail!



foto - 6º ano


Ai Mónica...
Desculpar???
Desculpar?????

Se soubesses a alegria que me invade de cada vez que me escreves...
Não deixes de escrever nunca!

quinta-feira, junho 28, 2007

Dizer Bem 4

Percebem bem o que estou a guardar para o fim.... A cerejinha sobre o bolo.
Os miúdos, sim.
Os meus mais queridos companheiros. Amanhã trato de vocês...
Os últimos são os primeiros.

Hoje uma palavra doce para alguns outros bons companheiros das duas escolas que conheço: os auxiliares mais empenhados que sobrevivem exactamente em escolas difíceis, em número sempre insuficiente ao necessário, e nos ajudam a apagar tantos fogos.
Sofrem de outra forma, mas sofrem. Também eles, tal como nós, podem ser mais dedicados ou menos. Este dizer bem dedico-o exactamente a todos os que para além do dever se entregaram com amor à causa do auxílio à acção educativa das escolas. E há muitos.

Ainda hoje, quando visito a minha antiga escola, abraço a minha Amélia e a minha Gina, que prestam excelente serviço na Biblioteca há anos... e recebo beijinhos de tantas outras espalhadas pelos vários sectores.
Seria injusto não os recordar neste bem dizer da coisa educativa.

E querem saber a melhor?
Vou agora a caminho de Setúbal para um jantar de homenagem a alguns recém ou quase reformados da minha antiga escola. Sou surpresa guardada a preceito. Poucos sabem que estarei presente.
Prevejo portanto uma noite de comoção e sentidos abraços, colegas e funcionários juntos celebrando uma vida não fácil, mas com um perfume muito humano que cruzou e continua a cruzar os caminhos de quem vive a educação por dentro naquele lugar escuro, que se ilumina apenas por conta das pessoas que o habitam e (re)constroem em cada dia.

quarta-feira, junho 27, 2007

Dizer Bem 3

Homenagem, hoje, a tantos colegas que vivem a já difícil tarefa da escola com doenças crónicas que pesam nos seus dias como chumbo. Cancro, fibromialgia, esclerose múltipla, para só falar das que mais próximo têm estado de mim.
E, como se não bastasse, a maioria das escolas que habitamos nada oferece em condições dignas para a realização de um trabalho já de si exigente e duro. Chuva, frio, calor, inexistência de espaços mais resguardados de trabalho, ruído permanente... Como não elogiar todos mas, sobretudo, os que vêem a sua vida limitada, entrecortada por dores, desconfortos, consultas, intervenções, tratamentos?

Muitos dos que nos "supervisionam", pouco tempo sobreviveriam num ambiente de escola como aqueles que conheço, longe de confortáveis e climatizados gabinetes... Vê-los-ia, decerto, a reclamar por melhores condições e, rapidamente, a abandonar o barco se o conseguissem...

Ai, desculpem, é para dizer bem!

Regressando ao fio: orgulho-me de conhecer muitos destes anónimos heróis de cujas mãos nascem flores e diamantes todos os dias, que mordem a dor e o cansaço persistentemente, que caem de exaustão (que susto nos pregaste, S.!) para logo se erguer e regressar à luta.
Se já não é fácil percorrer a estrada com saúde...

Aprendo em cada segundo com eles, convosco, o que nunca hei-de aprender numa vida com quem se sente no direito de nos querer ensinar todas as soluções do mundo.

Bem hajam,
minhas heroínas
meus heróis!

terça-feira, junho 26, 2007

Experiências de e-learning...

Lembram-se do encontro que está a decorrer esta semana e de que falei aqui na teia?
Hoje tive oportunidade de assistir confortavelmente em casa a esta conferência

Título da Conferência




(Há que aproveitar utilmente os momentos sem reuniões de avaliação... Foi uma óptima coincidência, pois há temas no congresso que me interessam um pouco menos em simultâneo com tarefas na escola...).

Para além do valor do que ouvi, saliento (já agora, em semana de bem dizer) o facto de ser possível encontrar toda a informação que suportou a mesma, bem acessível a quem dela queira disfrutar.

(É este meu gostinho pelas teias, já sabem... esta coisa de achar que o conhecimento deve sempre ser posto a circular, deve ser partilhado. Nunca enclausurado em inacessíveis torres de marfim.)

Estendo então, aqui, o fio deixado pelo autor.
Porque as comunidades servidas por cada um dos espaços é diferente e, assim, se vai ampliando a possibilidade de viagem da informação...

Texto de apoio: E-learning. Formação de Formadores (PDF, 350Kb)
Slides da Palestra: Consultar neste espaço

Não esqueçam... O encontro decorrerá durante toda esta semana.

(Ver o Programa )

Dizer Bem 2

Com um carinho e uma comoção especiais, digo hoje bem daquele que foi o meu lar por mais de 20 anos e, de certa forma, continua a ser a minha casinha doce à qual regresso vezes sem conta (quinta à noite lá estaremos todos juntos...).

Sim, falo da escola básica 2,3 de Luísa Todi em Setúbal, a escola que continua presa aos seus barracões velhos, à chuva e desconsolo que se entranham nos ossos e na alma, mas que alberga tanta luz, tanta esperança, tanta força. Falo dos Professores, dos Alunos, dos Funcionários que a habitam e tornam viva. Não a deixam morrer de frio. Digo bem de quem permanece de pé (embora o dizer bem não esconda a revolta e o dizer mal de quem nunca se dignou a mudar este cenário cinzento, apesar de o prometer anos a fio - desculpem, mas não consegui evitar).


Um orgulho saber que fiz parte dessa comunidade enteada do mundo, que não tem direito a escolas lindas como a da Vasco da Gama em Lisboa e outras que tais, a espaços confortáveis e dignos, mas vai produzindo magias e maravilhas que são um hino à resistência, uma ode à entrega (que tem sido bem desvalorizada por quem devia acarinhá-la - desculpem, mas não consegui evitar).

Sei que por lá habita o melhor da educação neste país.


Se duvidam, espreitem (mas espreitem mesmo e acreditem no que os vossos olhos vêem e no que os vossos ouvidos ouvem)



AQUI


e

AQUI





E isto é apenas uma ínfima parte de tudo o que acontece neste universo especial, que tem tanto de feio por fora como de belo por dentro.


Amigos, saudade... muita saudade.
A vida é como é e separa-nos fisicamente. Apenas isso.

Não vos esqueço nunca.

segunda-feira, junho 25, 2007

Dizer Bem 1

... do Correio da Educação, do seu Director, da equipa que lhe dá forma, do entusiasmo de um projecto que espalha vozes e é, em si, uma voz plural. Do papel ao digital, nesta sua nova fase de vida, cumpriu admiravelmente como sempre essa sua missão provocadora e pacificadora, crítica, mas sempre procurando a estrada, feliz, sem esconder o desalento.

E são professores os que estão na sua nascente.
Este Correio simboliza, pois, a força e a esperança de uma classe que se recusa a ser menos do que pode ser.

Como não dizer bem?
Como não sentir alegria e orgulho por fazer parte desta casa?

Despedida(s)





Não gosto de dizer adeus. De fechar portas. De virar costas.
Nunca gostei.
A vida acaba por ser um fio contínuo e infinito com chegadas e partidas pelo meio, mas sem despedida(s) em ponto algum do caminho.
No amor, na profissão, na morte... partir e chegar são as palavras que se inscrevem alternadamente na estrada, ficando marcadas nela todas as pegadas, todos os rastos.

Partiu, por exemplo, para já, a hipótese de poder vir a desempenhar certos cargos. Dirão vocês: tu assim quiseste. Quem te mandou dizer não?
Sim, efectivamente. Mas eu não desejava ter de escolher, não com as condições e os critérios impostos, não com esta ideia de duas linhas de água paralelas: uma rio, outra apenas riacho. Preferia o bom senso, a competência provada em vida inteira e não em parco pedaço, o mesmo valor para cada escolha. O respeito pelos que mais viajaram.
Partida sim. Foi-se a possibilidade. Mas despedida não, porque confio, apesar de tudo, numa inteligência qualquer que um dia corrija os erros graves que estão a ser cometidos.

Há algo, por exemplo, a querer chegar que vou empurrando como posso. O desencanto, esse monstro. Não desejo que chegue porque viver desencantado é a única verdadeira despedida que conheço. Despedida da vida.
Mas sinto o seu hálito à minha/nossa volta, aproveitando as frestas do cansaço absurdo gerado por uma forma de organização do tempo que sufoca a missão da escola de criar, inovar, evoluir. Com a partida de toda a lógica, ele tenta entrar no espaço vazio que se vai alargando. Mas resisto.
Porque não me despeço do que alimenta o sonho. Não nos podemos despedir de nada que acrescente flores à vida. Tudo o que nos preenche nos intervalos de ser, parte sem partir. Abre espaço para o novo sem nos deixar um vazio, ou uma solidão.
E é por isso que no final de cada ano, de cada viagem, de cada amor, as necessárias partidas vêem o seu espaço ocupado com novas chegadas que alimentam a renovação de um ciclo que se cumpre ininterruptamente.
E lá vamos crescendo com tudo o que nos dão e nos deixam antes de nos deixar.
Sempre crescendo em direcção a uma luz, a uma claridade maiores.

Fazem-nos falta as partidas, as chegadas. Não sabemos nem podemos viver sem elas.
A recordação aquece-nos nos dias mais frios

Mas despedida(s) não.
Definitivamente, não.

domingo, junho 24, 2007

Dá que pensar...

Zurique.
E uma pergunta: como são aqui as escolas do 1º Ciclo?
Ah! É simples... Há uma para cada área de residência, com apenas uma turma, servindo a comunidade circundante.
Portanto, em vez de fechar escolas, parece que estimulam esse enraizamento securizante inicial na comunidade de origem...

A pergunta foi feita a um casal italiano que vive nesta cidade e tem um filho exactamente neste ciclo de ensino.
Em jeito de complemento ainda acrescentaram: e sabem a melhor? Nós temos o hábito de levar o nosso filho à escola... Já recebemos duas notificações dizendo que parássemos de o fazer pois "estamos a comprometer seriamente o desenvolvimento social e da autonomia dele..."

E esta, hem?

II Congresso de Educação à Distância (online)

II Congresso de Educação a Distância
dos Países de Língua Portuguesa

http://www.elearning-pt.com/lms2/


Notícia aqui

Palestras, síntese e calendarização: consultar aqui

Tecnologia a utilizar - AULAVOX aqui


Realiza-se de 25 a 30 de Junho de 2007 o Segundo Congresso sobre Educação a Distância em Língua Portuguesa. Numa iniciativa inovadora este congresso realiza-se na Internet com acessibilidade global. Um novo ciclo se consolida na educação e formação para os países dinamizadores deste congresso, Brasil e Portugal, com o uso de tecnologias da informação e comunicação e a modalidade de Educação à Distância. Esta realidade potencializa a troca de informação e propicia a construção do conhecimento, independente do tempo e do espaço e nível de conhecimento dos participantes, sendo suficiente um computador conectado à Internet dotado de altifalantes. Por acreditar que a disseminação de conhecimento gera conhecimento, igualdade e oportunidade, a AULAVOX, a DeltaConsultores, a Associação Brasileira de Ensino a Distância e a Panambi EAD instituiram-se como parceiros nucleares para a dinamização desta conferência e abrem um espaço para debate da EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA e suas perspectivas inovadoras com a realização do I Congresso de EaD, em um formato totalmente a distância, através da utilização de uma tecnologia própria de áudio-conferência. O II Congresso de EaD terá palestras por meio de áudio-conferência e conta já com profissionais reconhecidos na área de EaD que são referência para a Associação Brasileira de Ensino a Distância e de especialistas portugueses.

sábado, junho 23, 2007

Renovar apelos... renovar esperanças



Por sugestão do Miguel Pinto,
associo-me com carinho à corrente.

O esquecimento é assim uma enxurrada de lama que tudo cobre à sua passagem.
Bom lavá-la, bom deixar à luz toda a saudade, toda a esperança num outro futuro com outra cor.

Mais informação aqui.

Matilde?
Isabel?
Teresa L?
João Torres Carla e Cristina?

Vamos a isso?

Que poema?

Desde que esta imagem me chegou ao correio, na divulgação das novidades do site www.vladstudio.com que a mantive aberta na esperança de, tal como as outras, ver surgir a inspiração para vos contar mais uma história de mim em forma de poema.
Mas não encontrei o ângulo.


Gosto dela, da imagem
mas não consegui escolher...


Ser o escuro, igual a todos os outros escuros? Ser o desencanto repetido, a norma, o não sorriso?
Não me apetece.


Olhando para girafa ainda pensei que... mas não. Poderia parecer presunção dizer que sim, mais alto era melhor, a cor era melhor, ver longe era melhor. Poderia até parecer que queria dizer-me girafa alta acima do resto, coisa que claramente não sou, nunca fui, nunca serei. Ao olhar para a gravata assustei-me: parecia a norma outra vez, mais colorida sim, mais perto do céu e tal, mais a parecer coisa fresca pela cor de sol, mas exactamente sentada no mesmo lugar, a fazer as mesmas coisas... só que no piso acima.
Não. Decididamente, também não consegui ser a girafa.
Poema triste. Morreu antes de nascer.


Olhando com mais atenção acabei por perceber.
No azul escondia-se o segredo.
O azul para onde olham: a lagoa que os atrai. O azul que os envolve: a fuga para o mar. Estradas e jangadas de fugitivos em todo o mundo procurando uma fresta por onde entre um azul que se consiga respirar.


Talvez este poema tivesse de ser exactamente assim: um espreitar o azul necessário, não importando o lugar, a posição, o momento, a altura, o local que escolhemos...



Encontrado o ângulo, agora vai ser mais fácil escrever...








sexta-feira, junho 22, 2007

Desculpem, mas não resisti...


... deram-me ontem uma boa notícia, eu fiquei contente!
Hesitei... mas resolvi partilhar.
(Não me levarão a mal a partilha...)

O meu livrinho de poesia "Das Palavras" (ilustrado pela minha grande amiga Fátima Pais, também professora) foi seleccionado e integra as novas listas de recomendação de leitura do Plano Nacional de Leitura.
(há um erro no meu nome e no da obra, mas já escrevi a pedir que corrijam)

A vida às vezes dá umas voltas engraçadas.

O que eu quero mesmo é que eles aprendam a gostar de poesia, da leitura.
Sentir que posso dar algum contributo, é coisa saborosa.

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quinta-feira, junho 21, 2007

Second Life UA: Encontro sobre Paulo Freire

Partilho aqui o texto divulgado no blogue A Praia:

Tal como indicado no último post, o encontro desta semana vai ser dedicado à apresentação/discussão do pensamento do Paulo Freire.

Segundo a Wikipédia:
“Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de Setembro de 1921 — São Paulo, 2 de Maio de 1997) foi um educador brasileiro.Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.”
Para nos fazer apaixonar pelo pensamento deste educador brasileiro, neste encontro vamos contar com a presença da
Núria Pons (aka Debby Greggan), que na vida real realiza trabalho de investigação, com apoio da CNPq, em Novas tecnologias aplicadas à Educação no programa de Pós-graduação de Educação: Currículo, que tem a sede da Cátedra Paulo Freire da PUCSP.
Para lançar o apetite por este tópico, nos links a seguir podem encontrar o registo vídeo de um encontro intitulado “O Futuro da Escola e o impacto dos novos meios de comunicação no modelo de escola actual”*, no qual participou o Paulo Freire e o
Seymour Papert.

parte 1 (65MB)
parte 2 (68MB)
parte 3 (60MB)
parte 4 (26MB)
Infelizmente os vídeos são um bocado pesados e a qualidade da imagem é fraca… mas o conteúdo justifica o download!


Até quinta, às 22h na Sala 1 do Aularium

*O FUTURO da escola e o impacto dos novos meios de comunicação no modelo de escola atual. Produtor: Márcia Moreno e Marco Aurélio Del RossoTV PUC de São Paulo com apoio do JornalData: Nov. 1995

Semana de dizer bem...

A Idalina acendeu esta ideia... e eu vou atrás dela...



"Este foi mais um ano difícil para os professores. Não vale a pena sequer descrever toda a natureza das nossas frustrações, preocupações, desânimos, revoltas.Contudo, muitos de nós, na blogosfera manifestam a resiliência, o optimismo, o bom humor essenciais a uma profissão que lida com a juventude.

Sem perdermos o nosso olhar crítico sobre o que se vai passando, e os primeiros exames aí estão para anunciar novos temas de debate, proponho a semana de 25 a 31 de Junho para a semana do dizer bem: de um aluno, de um colega, de uma iniciativa...Sempre há-de ter havido razões que nos fizeram sentir que, apesar de tudo, vale a pena.Se concordar, passe a palavra."

quarta-feira, junho 20, 2007

Afectos: adenda

Assim me mimarei...
(fui mais além do previsto... até o Jasmim está espantado!)


NOTA: podia ser vinho tinto (que só me fazia bem) mas não gosto e não é.
Suminho de uva, isso sim. Sem açúcar adicionado.

Da vida, da escola e dos afectos

Hoje vou fazer uma sopa.
Uma forma de me mimar, de ser mãe de mim.
Há no afecto um primeiro destino, sem o qual todos os outros falham.
Provavelmente farei mais qualquer coisa por mim hoje.
Ainda vou pensar o quê...

Ontem foi o dia da apresentação aos pais e professores do resultado do Projecto de Escrita Colaborativa (que se cumpriu com a cumplicidade amiga do poeta João Pedro Mésseder). Tudo registado em vídeo. Até as mais fortes emoções.

Umas horas antes, os últimos ensaios. O riso nervoso. As aflições de última hora. A importância de um carinho, de um estímulo, de abraços nas palavras de conforto. De repente três alunas abordam-me disfarçadamente com um CD... oh professora, é uma surpresa para a Sofia, soubemos que para o ano vai-se embora e sai da turma, é um powerpoint, mas tem de colocar aí sem ela ver para passar na festa e, oh professora, tem de pôr mais tempo nos slides, pode ser?
Como não? e depois! Ai meninas! O meu pc não tem leitor de CDs... Atrapalhação. Perguntei quem pode telefonar aos pais para eles virem buscar o CD e colocar o documento numa pen? Atropelaram-se discretamente e lá encontraram solução. Um pai veio de propósito à escola duas vezes para resolver o problema e serenar a ansiedade. Afecto. Sim.

À tarde tudo pronto na Biblioteca. Pais e avós a chegar. Irmãos, amigos. Já prontos para começar a Sara chora. Sara, o que foi? Oh professora a Mãe ainda não chegou, nem a Avó. Tem calma... espera-se mais um bocadinho. Olha! Já ali vêm! Sorriso lindo e consolado.

Depois a apresentação. Melhor que nunca. A assistência rindo-se, comovendo-se. Orgulho nos olhares. Câmaras de filmar, máquinas fotográficas. Uma professora emocionada com a intervenção de uma das alunas com mais dificuldades: uma das que melhor diz e se apresenta. Como cresceu, como foi vencendo os medos de abraço em abraço e brilha agora feliz entre os seus pares!

Palmas, muitas. Imensas. Intensas. Beijos. Porque foi realmente muito bom. Muito inesperado. Habituaram-se à qualidade, à exigência e os sorrisos provam que são felizes nelas. Provam que o afecto se faz de luta e dificuldade, de empenho e disciplina. Têm dez anos e aprenderam muito este ano. Muito mais do que só conteúdos, apenas porque ainda não desistimos da luz, numa escola que querem ver mecânica e apagada.
Pais contentes reconhecendo o trabalho dos professores. Elogiando. Afecto que estimula, em tempo de economia dele apontado aos professores. Bebemos com sede o que nos é dado. Já repararam que não trago fotos? Pois. Aguardarei quem as tirou. De volta deles não pensei sequer nisso. A presença era mais necessária, o encorajamento discreto, leves gestos de maestro aqui e ali para acentuar momentos que se queriam altos.

E depois a surpresa. A emoção à flor da pele enquanto abraçados assistiam ao slideshow para a Sofia. Tão bonitas as palavras e as fotos nele. Preparadas apenas pelos alunos sem a ajuda de ninguém. As competências desenvolvidas, aplicadas noutro contexto. A Escola a tentar cumprir-se (confesso que à custa de um conteúdo ou outro que terei de confessar não dado, nas próximas reuniões de Conselho de Turma).
E gritaram: Sofia, Sofia... lágrimas correndo. Aprendendo a dor das partidas, a felicidade dos encontros. Tudo tal e qual como a vida é. Sem disfarces. Sem recusar as tristezas, apreciando cada alegria.

Já nem sei se é a Vida, se é a Escola.
Porque para mim são uma.
E essa será a derradeira luta. Manter a unidade.
Deixar que o afecto continue a entranhar-se sem distinção, sem fronteiras.
Porque assim se cresce.
E com muitos materiais, muita tecnologia, muitos objectos, não garanto que os meus alunos aprendam matemática, mas com afecto e com tempo sei que é muito certo consegui-lo.
(Turmas a aumentar, tempo a desaparecer... não sei que futuro querem desenhar...).

Depois de comer a sopa logo à noite, prometo criar-me um tempo para a leitura. Para a contemplação. Para o nada que é tudo. O virtual mais antigo do mundo, escondido nas páginas que sempre nos fizeram viajar muito antes da internet...
É isso. Será isso que vou fazer por mim.
Oferecer-me um silêncio colorido.

"Um Amor Feliz" em mãos...
(Não posso fazê-lo esperar. Não quero fazê-lo esperar.
Provavelmente preciso dele. Desse alimento de palavras e gestos imaginados.)

Afecto(s). Sim.
O motor do mundo.
A rosa que se partilha.
Raíz dos sorrisos.



terça-feira, junho 19, 2007

Second Life - Cleo Bekkers = Teresa Bettencourt

Assim se apresenta ao mundo neste seu blogue acabadinho de chegar que, parece-me, vai obrigar-nos a reflectir seriamente sobre as questões do virtual na educação.

Partilho e já criei fiozinho de seda bem veloz até lá...

Cleo at home


In real life (RL) my name is Teresa Bettencourt. I’m a PhD teacher at University of Aveiro. My research concerns are related to the educational potential of ICT on initial teacher training. I’m quite an old in this field! I started with DOS along time ago! Now my interests converge to Second Life, as an enriched virtual world and environment that can enhance our actual teaching and learning models! This picture it’s me in Second Life and was taken at the garden of my SL home.
.

http://cleobekkers.wordpress.com/

segunda-feira, junho 18, 2007

A Família em Rede


Não é recente, este livro. E muito já se escreveu e falou sobre ele (basta digitar no Google o título e percorrer o que é oferecido).

Então por que o desfolho agora?
Porque sim.
Comprei-o ontem para o ter mais perto, porque é leitura a que se volta com sede. Ainda que mais dirigido ao universo familiar, o professor não pode ficar alheio a este universo, pois não?

E porque li algo no final que permite alguma reflexão sobre questões muito pertinentes e actuais (que a Teresa levanta hoje no seu Segunda Margem) apeteceu-me partilhar.
Escutem:
.
(...)
Questão: As crianças deviam brincar ao sol e ao vento em vez de estarem coladas ao teclado.
Resposta: Sem dúvida. Mas se levar este argumento demasiado à letra, também não os deixará ler nem ouvir música, e muito menos ver filmes ou televisão. E nem sequer sonhar.
O equilíbrio é fundamental. Mas sejamos claros quanto àquilo que queremos comparar: é preferível correr em vez de estar sentado, e estar ao ar livre em vez de ficar dentro de casa, também. Mas isso nada tem a ver com computadores.
Questão: Algumas actividades realizadas no computador são de tal forma atraentes que provocam dependência, afastando as crianças de outras actividades que os pais podem sugerir. Os jogos de "vídeo" costumavam ser os maus da fita. Agora, navegar na Internet sem destino certo e manter conversas infindáveis nos pontos de encontro do ciberespaço criam, muitas vezes, o mesmo efeito de dependência.
Resposta: Algumas pessoas (tanto adultos como crianças) ficam, de facto, dependentes de actividades acéfalas realizadas com o computador. Há outras que gostam dos jogos e das excursões pela rede, mas não os praticam com exclusão de outros interesses. Se houver alguém na sua família que não faça mais nada senão jogar e navegar pelo civberespaço, é altura de olhar com mais atenção para o vosso modo de vida.
Que tipo de papel modelar é que o leitor desempenha? Tem interesses diversificados? Costuma levar os filhos a museu e boas peças de teatro? Costuma ler em conjunto com eles. Dá diferentes utilizações ao ao computador? Sente-se entusiasmado com essas actividades e partilha-as com os seus filhos, ou pratica-as por obrigação? Ou talvez fique demasiado entusiasmado com elas e pretnda impô-las aos outros...
(...)
.
E por aí fora...
...apetece (re)ler!
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Seria importante que as famílias participassem, juntamente com a escola, na educação tecnológica dos filhotes... É fundamental que as tecnologias, depois da TV, não se transformem nas novas "ama-secas" enquanto se faz o jantar ou se adianta algum trabalho, sem qualquer mediação.
Um dia pode ser tarde e mais difícil de recuar num hábito (vício) enraizado.
(Talvez a escola possa dar uma ajuda às famílias nesse sentido... desde que não vire as costas como às vezes acontece. Continuar a ter colegas que se recusam a usar o e-mail para receber, por exemplo, informações ou actas de reuniões e exigem sempre as suas cópias em papel, começa aparecer muito desajustado...)
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«O presente livro é o primeiro do autor finalmente publicado em Portugal, surgindo em plena fase de expansão do uso da Internet. O centro das atenções de Papert deixa de ser a escola, a que se refere apenas de passagem e passa, sobretudo, para o ambiente familiar. Merecem especial relevo as relações interpessoais entre aqueles que usam computadores para os seus próprios objectivos - sejam adultos ou crianças, pais, avós ou netos. Para todos, o autor tem múltiplas sugestões e conselhos, que incluem tanto os aspectos cognitivos (como se aprende?), como os axiológicos (que valores é importante salientar?) e os relacionais (que papel tem a interacção interindividual e que efitos pode ter em cada um de nós?).»

Da introdução de João Pedro da Ponte

domingo, junho 17, 2007

Secondlife - Mei Nemeth: Segunda Margem


Ou, mais precisamente, a minha amiga Teresa do Talvez uma Península e outra amiga sua de longa data, partilhando as sorridentes aventuras de quem, sorriso a sorriso , vai fazendo as mais engraçadas descobertas.

E, acreditem, vai valer a pena. Se pudessem ouvi-la de viva voz a contar as tropelias, percebiam por que razão já sou fã desta sua Segunda margem!
Obrigada por todos os risos e viagens que tens partilhado connosco e vais continuar a partilhar!

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sábado, junho 16, 2007

Emoções

À solta neste fim-de-semana.

De todas as cores.


De todos os tamanhos e feitios.

Entranhadas nos dias.


Só saborear.

Só passear por todas elas.

Sem pensar em razões.

(Em porquês. Para quês.)

Sem as cartografar.



Deixo isso para o poeta.






Os amantes incertos

Dormem juntos o caos
e a ordem: ele, de costas para a parede,
ressona; ela, a cabeça enterrada
no travesseiro, talvez sonhe
com um ruído de rumores obscuros. A noite
envolve-os às avessas: um caos de pernas
voltadas para o lado mais negro
do infinito; e uma ordem de braços
presos ao círculo da terra, onde
as raízes podres do outono rasgam
os lençóis da alma. Passo por eles
em silêncio: não quero acordá-los; e
sei que me olham, com os olhos
fechados do caos, e me ouvem, com os ouvidos
atentos da ordem.

Nuno Júdice

Cartografia das Emoções

sexta-feira, junho 15, 2007

quinta-feira, junho 14, 2007

Second Life - Universidade de Aveiro

Retirado do blogue "Na praia"


Second Life - possível encontro hoje à noite (14-06-2007)

Hoje o Pedro Almeida (Antero Eun) encontra-se em Nápoles na EDEN 2007 Annual Conference - “New Learning 2.0?”, onde a nossa equipa de trabalho participou com uma comunicação com o título “SoSOFT – Promoting Identity in New Media”.
Hoje de manhã consegui ouvir parte de uma comunicação sobre o
Second Life. O Pedro encontrava-se ao lado de uma coluna e através do Skype conseguia ouvir muito bem o som vindo de Nápoles!
Durante esta partilha matinal surgiu a ideia do Pedro mais logo entrar no SL e partilhar connosco o que tem estado a ser falado sobre o SL nesta conferência.
A ideia parece-nos boa… mas ainda falta confirmar se ele vai conseguir estar ligado à Net logo à noite. Vamos acreditar que sim.

Surpresas

Tem de haver lugar para o inesperado, o não programado numa Biblioteca Escolar.

Um telefonema para casa e uma professora perguntando: umas alunas fizeram dois trabalhos magníficos, será que podemos exibi-los na BE?



Ao perceber do que se tratava, é claro que não só os trabalhos dmereciam ser expostos na BE, como se devia aproveitar para mais um destaque e convite à leitura e ao conhecimento.
O ano está a acabar, o cansaço apodera-se de nós, mas nem por isso a BE deve arrefecer o seu entusiasmo.

Assim foi.
A beleza das peças tem atraído todos à entrada e aproximam-se para apreciar os belos pormenores.
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Isto é o quê? E apontam para o farol. É o Farol de Alexandria
E onde fica?

Pretexto para uma busca na internet... não se pode fornecer logo todo o alimento. Há que estimular o apetite, convocar, provocar, surpreender.
E assim lá descobriram mais um documento wikipédia que todos lêem, procurando descobrir os mistérios que se escondem no passado.

Parabéns às alunas Ana, Joana, Vanessa, Tatiana e Liliana do 8ºC !
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quarta-feira, junho 13, 2007

ROXIK.COM motion/design...

... divirtam-se criando (às vezes é preciso brincar um bocadinho... ou muito...)

Site divulgado (também) ontem no Canal 2 da RTP (2010)...

... http://roxik.com/pictaps/

Em poucos segundos estas foram as minhas mal amanhadas produções... Ficam um pouco melhores vistas em "grande" lá no site (sim... não é que as nossas "criações" ficam lá registadas para os outros verem depois? Devia ter-me esmerado mais... eh eh eh)

(agora volto ao trabalhinho, com licença...)


primeira:

eliminei... podem ver lá no site...

segunda

(estudos de cores muito pobrezinhos... mas não houve tempo para pensar no assunto... )

eliminei... podem ver lá no site...

terceira, enfim, divulgo para terem uma ideia:



entrekulturas



Ontem no 2010 do Canal 2 da RTP divulgaram...


... eu partilho:





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terça-feira, junho 12, 2007

Poesia, "powerpoint" e o nariz da matemática

Está a concluir-se o projecto de escrita colaborativa que a "turbêturma" do 5º ano levou a cabo com o escritor João Pedro Mésseder, no contexto das aulas de Área de Projecto. O resultado foi excelente e eles estão empenhados numa apresentação de luxo, muito ao seu estilo. Diz quem já viu que é coisa fina, muito boa e que surpreende... não esquecer que são alunos entre os 10 e os 11 anos. Mas é assim. Se exigirmos muito, temos mais. Eles já sabem. Já sabem também que não lhes passamos a mão na cabeça, nem eu nem a Paula, professora de EVT que faz par comigo em AP. Digo às vezes das suas apresentações que estão más, que pioraram, que ficam aquém do que já conseguem. Fazem castings para os vários papéis a ocupar e empenham-se imenso, aprendendo a lidar com a frustração de haver quem consiga ficar à sua frente. Sem dramas. Todos acabam por encontrar o seu lugar e brilham em todos eles. Trabalho de equipa. Há mesmo mudanças e desempenhos que são surpreendentes para quem conhece os alunos mais tímidos noutros contextos.


A par com a apresentação dos poemas (escritos em conjunto com o poeta) feita com recurso a muitas técnicas expressivas, incluindo a música... foi preparado um slideshow que será projectado em pano de fundo com as ilustrações, os poemas e fotos dos alunos a trabalhar. Uma recordação para todos, até para o poeta que provavelmente não poderá estar connosco (mora longe e a vida arrasta-nos em tantos afazeres que não é fácil o encontro). Filmar-se-á a sessão de apresentação que contará com a presença dos pais e tudo lhe será enviado num CD. Foi uma oportunidade de ouro, esta, e estamos todos muito contentes com o resultado e a motivação que nasceu em cada um para estas coisas da poesia.




Um destes dias na aula de matemática levei o portátil e projectámos o slideshow (ainda não programado para passar automaticamente). E deixei um desafio: ora bem meninos... quanto tempo dura a apresentação ao vivo? Cerca de 15 minutos professora. Hummmm, temos aqui 77 diapositivos no powerpoint... quanto tempo deverá estar cada um em exposição para que a apresentação do slideshow dure o mesmo tempo que a vossa dramatização? É que tenho de fazer isso agora para vocês ensaiarem por cima...

Reboliço, cabeças a pensar.... ora 15 minutos são.... tantos segundos.... (lá me disseram o valor) e vamos ter de dividir isso por 77, não é professora? Vamos lá experimentar... lá arredondaram o valor e aplicámos. Ensaiámos. Hummm... oh professora... é melhor tirar um segundo em todos, ainda ficou um bocadinho grande, pois a gente às vezes vai mais depressa. Sim. Tiremos.
Experimentar outra vez... Perfeito!

A matemática tem esta estranha mania de estar sempre a meter o nariz em todas as conversas...

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Bring on the wonder...

Antes de ir a correr para a escola para um dia bem cheio...
mais um bocadinho de escrita formal, de relatórios, avaliações, balanços, reflexões...

Preciso de enganar a aridez com a magia do som mais certo.
Tudo de repente se eleva, se torna mais leve, se desprende dos pesos que afogam.

Bring on the wonder, eu pedi,
... e ela chegou.


segunda-feira, junho 11, 2007

Poema de maçã

Não podendo ser diferente,
estou aqui à frente
de uma tarte de maçã que não há
porque ninguém a fez.
Corto-a devagar com a faca que não tenho
nem preciso
e levo uma fatia de coisa alguma à boca
num prato vazio
que não vi.

Curioso...
cheira e sabe a maçã
a fatia
deste poema
que (não) comi.

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Riscos e Rabiscos

Pediram-me que divulgasse esta mensagem. Achei uma óptima ideia!

Gostaria de vos dar a conhecer um novo projecto na Internet que pretende promover a escrita criativa e a leitura, chama-se Riscos e Rabiscos (www.riscoserabiscos.pt.la). Por favor divulguem este sítio entre os professores de português e do 1.º ciclo.
O Riscos e Rabiscos pretende reunir os resultados de actividades e exercícios relacionados com a escrita criativa. Os utilizadores podem sugerir actividades; participar nos desafios, debater diversos assuntos no fórum, comentar e avaliar trabalhos...
Torne os seus alunos escritores e envie os seus trabalhos para
correioriscoserabiscos@gmail.com . Todos os trabalhos serão publicados, devendo ser devidamente identificados (Nome, idade, região).

Não existe um limite de idade para participar neste site, todos estão convidados. Participem, mostrem o vosso talento e a vossa criatividade.
Aqui podem ainda ler contos, poemas e outros textos de autores bem conhecidos... … e muito mais.
Participe!

Tard(t)e de maçã



Tenho aqui ao lado uma receita mesmo a pedir para ser feita, à mistura com a papelada do escritório.
Mas o relatório chama. Ai relatórios!


Época malvada esta de tanta escrita árida que me seca.
Sei que é preciso, sei. Mas não tenho de fingir que gosto.
Gostava mesmo era de ter aqui uma tarte de maçã à mão.
Integral, sei. Também não é um pecado muito grande. E se...

Mas o relatório... ai os relatórios... (agora o dos "portáteis", já foi o do Plano Nacional de Leitura, depois há-de chegar o da BE-CRE e mais as suas intermináveis, embora absolutamente necessárias, estatísticas, depois o Plano de Acção de Matemática, depois... sei lá mais o que vem depois... )

De repente recordo. Hoje é dia 11!
Sobrevivi!
E...
... acho que daqui para a frente terei menos relatórios para fazer no final do ano.
Recordo vagamente que, para além do natural relatório do desempenho de cargos, ainda haveria de ser preciso fazer relatórios sobre os colegas que teria de avaliar se fosse coordenadora... (e se o meu departamento é grande!).

Vá, Maria, coragem. Um relatório de cada vez.
És oficialmente professora. Casamento de papel passado. Tudo conforme a lei.
E se não acabares hoje, há sempre um amanhã.
(Que mania essa de querer sempre despachar tudo das listas num instante!)

Quem sabe ainda consegues fazer hoje uma tarde de maçã... desculpem... uma tarte de maçã.
E mais um poema.
Sim...
Como me apetece preguiçar seriamente e fazer um poema e deliciar-me com uma fatia perfumada de tarde... desculpem... de tarte!

Será?

Excesso de real. Excesso de razão


É segunda-feira.

Dia que nos acorda de repente para um excesso de real, um excesso de razão, depois da deambulação dos Domingos...

É segunda feira.
Combato os excessos como posso.
Fujo do racional e perpendicular apelo do dia...
...procurando (ainda), antes de mergulhar na semana, outra
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www.vladstudio.com

domingo, junho 10, 2007

Second Life (viagem e perguntas)

Durante o workshop Comunicação Educação e Formação no Second Life que decorreu em Maio na Universidade de Aveiro tive ocasião de participar num encontro virtual (no SL) com Katherine Milton (Katherine Barth) - da Ohio University. Levou-nos, na altura, ao campus SL da Universidade e mostrou-nos alguns projectos em que trabalhou/trabalha enquanto professora, recorrendo ao ensino à distância.
Tive pena de não me poder demorar mais tempo na instalação "In the sweet bye & bye" (confessou-nos ser esta também uma das vantagens do SL: nunca teriam verbas para montar uma instalação deste tipo na vida real, mas virtualmente os alunos puderam fazê-lo).
Finalmente encontrei uns minutos para regressar. Ver, ler...

(Aqui poderão encontrar mais informação e ligações para vários projectos/zonas da Ohio University Second Life Campus
http://vital.cs.ohiou.edu/index.php/Ohio_University_sims
Deixo também ligação para o vídeo de promoção do campus que pode ser visionado no final desta entrada...)

A propósito de tudo isto, lá vou continuando a pensar (hoje em voz alta) sobre a utilidade educativa deste instrumento/ambiente em diversos contextos e perspectivas de diferentes tipos de aprendizagem/desenvolvimento de competências.
Aliás, nem é bem pensar... quer dizer... é pensar com imensos pontos de interrogação, que é assim uma especialidade da casa... nem são perguntas novas, ou inovadoras... mas pronto. Hoje são minhas.

Aprende-se ouvindo e vendo. Sim. Aconteceu no encontro com Katherine. À nossa disposição na vida real temos muitas oportunidades para o fazer (nem sempre com este alcance: de que outra forma teria tido eu a oportunidade de dialogar informalmente com esta professora universitária, de modo tão simples e directo, como se fossemos parceiras de instituição?) A educação sempre se estruturou em torno desses pilares do ver e ouvir, frequentemente em demasia. Continua a ser assim. O que traz de novo o SL a essa dimensão da aprendizagem, que a internet ou outros suportes - os livros não desapareceram - não tenham já trazido, permitindo colocar o mundo e infinitas experiências ao nosso alcance em segundos? O que potencia? O que consegue fazer melhor em menos tempo, ou, pelo menos no mesmo tempo de que dispomos? O que consegue fazer muito melhor, embora com maior dispêndio de tempo? Por que é tão motivadora a criação de uma imagem/corpo (à nossa imagem ou não) a ponto de tornar o ambiente de "chat" mais estimulante? De permitir aos mais tímidos expressar-se sem receio, em contexto de aula ou outro? De que forma amplia a comunicação/relação? O que dizemos/não dizemos aos outros com o corpo que escolhemos, a forma como o vestimos, os gestos que escolhemos? Como pode isso influenciar a formação/educação? Por que razão parece a comunicação escrita em tempo real ser mais útil e eficaz do que a comunicação oral (que se receia, ao tornar-se uma possibilidade, venha a desvirtuar na essência essa mais valia do pensamento estruturado e comunicado através da escrita?)

Aprende-se, todavia, muito mais fazendo, pensando sobre o que se faz... refazendo...
Passando de consumidor a produtor... em que medida a construção de conteúdos no SL permite o desenvolvimento (eficaz....com consumo de tempo realista, sem alienação) de competências de nível superior em diferentes áreas disciplinares? E é possível fazê-lo aí de forma diferente e mais vantajosa do que com recurso, por exemplo, a software dinâmico já existente? É apenas uma questão de maior motivação, ou realmente existem importantes diferenças que permitem imaginar e criar ambientes distintos de aprendizagem, impossíveis de reproduzir com outros instrumentos, que promovam um desenvolvimento integrado de vários tipos de competências em diferentes níveis de ensino?

São mais as perguntas, claro, do que as respostas. Sobretudo para mim que não conheço praticamente nada sobre os processos de construção... embora comece a vislumbrar neles algumas possibilidades de, por exemplo, construir conhecimento matemático usando recursos que já por lá vi (referenciais, coordenadas, sólidos, translacções, rotações....... sinto que o trabalho de projecto neste contexto pode realmente ganhar uma dimensão completamente nova... ai imaginação! Anda cá visitar-nos a ver se saímos destas prisões do hábito do velho e da memória, se saltamos para o futuro distante com ideias mesmo mesmo novas!)

Parece ser pelo menos oportuno pensar um pouco sobre estas questões, quando vemos os alunos a querer aventurar-se nesse ambiente. Numa altura em que se intensifica a formação sobre a plataforma moodle, que se deseja tanto uma mudança de paradigma na construção de conhecimento pelos alunos, que tanto se fala de ensino à distância, a qualquer hora, que se pensa "facilitar" o acesso a computadores e à internet, ainda pergunto: quantos (sobretudo mais jovens, mas não apenas) se sentirão tentados a instalar o SL nos seus computadores? Quantos preferirão viajar por ele, em vez de usar as estradas de uma plataforma às vezes pouco apelativa? Quantos não prosseguirão a exploração desse ambientes no segredo mais perfeito, ou na partilha com amigos? Que futuro terá o SL na escola? E na sociedade? Nenhum? Algum? Será, como já alguém preconizou, o futuro da internet? Uma espécie de viagem em 3D, onde também nós poderemos construir caminhos? Uma moda que se desvanecerá substituída por algo ainda melhor e mais poderoso? Ou não substituída por nada mas vencida pela alegada maior "seriedade" de tudo o que já existe ao nosso dispor e de tudo o que for surgindo em serena continuidade a partir disso? Que limites, que fronteiras? Que céus de liberdade? Que riscos?

Podemos não gostar. Achar irrelevante, pouco significativo, pouco interessante ou eficaz. Perigoso. Podemos até achar que mais não é do que um jogo que consome tempo excessivo a ver se encontra disfarce em coisas sérias, uma gigantesca sala de "chat" e pouco mais, de que rapidamente todos se cansarão em busca da próxima sensação... mas ignorar talvez não seja uma opção.

Acompanho o fenómeno... tento perceber onde pode verdadeiramente chegar. E faço muitas perguntas. Aprendo com quem já está lá muitos passos à frente e desconfio de certezas e de respostas fáceis e prontas a consumir, seja num sentido, seja noutro.
Sou professora, o que querem? A curiosidade e a dúvida são parceiras em todas as horas.

...

Eu não gosto lá muito de viajar fisicamente (partilho este meu des-humano defeito de fabrico, tão anti-natural como me repetem todos os que adoram viajar, reforçando e lembrando-me a toda a hora que a paixão pela viagem faz parte da mais essencial natureza humana)...mas o gosto por viajar virtualmente (e em sonho também) é outra coisa! Já nasceu comigo.
A internet abriu uma janela imensa e forneceu-me um par de asas sobressalente (já tinha o meu "pássaro da cabeça" comigo - expressão de Pina - e umas asas interiores) que me têm levado bem longe. Continuam a levar. No SL já estendi mais uns fios desta teia.

...

A Te Ya... vai viajando, então, por universos virtuais paralelos, quando lhe sobram uns minutos. Que nunca são muitos. (Por que razão falo na terceira pessoa?)

Aqui, nestas imagens, visita à instalação "In the sweet bye & bye" no campus SL da Universidade do Ohio:





Ampliar para ler ("clicar" sobre a foto)...







3 em linha...

Domingo...

A casa em limpezas...

Janelas abertas...

Gatos fechados no quarto...

Esperando pacientemente...


Os 3 em linha... muito bem comportadinhos.
(Antes de os deixar disse: se não se portarem bem eu faço uma participação a...)


(E não é que resultou? Por que teria sido?)

Computadores para alunos e professores

Vale a pena ler aqui...

... n' O Quadro Preto

sábado, junho 09, 2007

Inauguração da Estátua a Sebastião da Gama

Foi na nossa Vila Nogueira de Azeitão.

Reportagens

aqui

e

aqui

A foto é da Teresa Lopes...

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Leitora



Este foi um deles...

E hoje, neste sábado sereno, desfolho-o no intervalo dos terrenos afazeres.

Visto-me de jardineira... visto-me de dona de casa... visto-me de professora.... e adoro despir-me a correr em segredo para me vestir de... leitora.


A LEITORA


A leitora abre o espaço num sopro subtil.
Lê na violência e no espanto da brancura.
Principia apaixonada, de surpresa em surpresa.
Ilumina e inunda e dissemina de arco em arco.
Ela fala com as pedras do livro, com as sílabas da sombra.

Ela adere à matéria porosa, à madeira do vento.
Desce pelos bosques como uma menina descalça.
Aproxima-se das praias onde o corpo se eleva
em chama de água. Na imaculada superfície
ou na espessura latejante, despe-se das formas,

branca no ar. É um torvelinho harmonioso,
um pássaro suspenso. A terra ergue-se inteira
na sede obscura de palavras verticais.
A água move-se até ao seu princípio puro.
O poema é um arbusto que não cessa de tremer.


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António Ramos Rosa
Antologia Poética
Selecção, prefácio e bibliografia de
Ana Paula Coutinho Mendes
Publicações D. Quixote

sexta-feira, junho 08, 2007

A história de um projecto de escrita colaborativa...

O João Torres da Escola Superior de Educação de Setúbal e um dos autores do Blogue que ninguém lê escreveu a história do projecto de escrita colaborativa (em suporte wiki) que desenvolvemos (Professora e alunos do Ventos a Mudar) no ano que passou.

Acompanhou o nosso encontro físico, depois de muito tempo em contacto virtual e foi juntando pedacinhos de todo este percurso lindo que construímos em conjunto. Um verdadeiro detective a reconstituir o cenário do "doce e saboroso crime".

Foi uma ternura recordar tudo isto pela voz dele. Se alguém quiser saber como tudo aconteceu pode ir aqui:

http://nonio.ese.ips.pt/nonio21/

ou, mais precisamente, aqui:

Um sonho infeliz: um projecto de escrita colaborativa

Obrigada João!

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